Sindicato pressiona Câmara e cobra derrubada do veto de JHC ao Projeto de Segurança Bancária

 

Entidades denunciam o desmonte da segurança nas agências e exigem que os vereadores votem em defesa da vida e dos trabalhadores

 

O Sindicato esteve reunido na última sexta-feira (31) com o presidente da Câmara Municipal de Maceió, vereador Chico Filho, para cobrar que o veto do prefeito JHC ao Projeto de Lei nº 248/2024 seja colocado em pauta e derrubado. A proposta, aprovada por unanimidade no Legislativo, estabelece padrões mínimos de segurança para as agências bancárias da capital , mas acabou engavetada pelo Executivo, ato que o Sindicato classifica como um retrocesso que privilegia interesses dos bancos em detrimento da proteção de trabalhadores e da população.

A mobilização contou com a presença do Sindicato dos Vigilantes de Alagoas, reforçando a ação conjunta das categorias na cobrança pela votação do veto. O projeto prevê medidas básicas, porém essenciais, como a obrigatoriedade de portas giratórias com detectores de metais e vigilância armada, instrumentos que historicamente reduzem crimes e protegem vidas.

Um ponto crítico destacado pelas entidades é a proliferação das chamadas agências-modelo ou lojas, formato adotado pelos bancos para reduzir custos. Nessas unidades, que continuam com grande fluxo de clientes e terminais eletrônicos, as instituições têm retirado os vigilantes e as portas giratórias, enfraquecendo a proteção e aumentando o risco de incidentes. "Transformam agências em 'lojas' e, na ganância de cortar despesas, desmontam a segurança. Mesmo sem o caixa físico, há circulação de valores e pessoas. A retirada de vigilantes e portas giratórias coloca bancários e clientes em perigo. Já tivemos casos de agressão e tentativas de violência em unidades sem proteção, tanto na capital quanto no interior. Não podemos aceitar que vidas continuem expostas por conta do lucro dos bancos", alertou o presidente Thyago Miranda.

O presidente da Câmara, Chico Filho, se disse sensível à demanda e garantiu que o veto deverá ir à votação na primeira semana de novembro, permitindo que o plenário decida se a lei seguirá em vigor. "A matéria já passou pelo crivo das comissões e tem caráter de interesse público. Vamos encaminhar para votação com a seriedade que o tema exige", afirmou o parlamentar.

Mônica Lopes, presidenta do Sindicato dos Vigilantes de Alagoas, reforçou que a retirada desses profissionais traz dupla perda: além do risco à segurança, há a eliminação de postos de trabalho. "A lógica do corte de gastos tem custo humano. Ao desmontar a segurança, os bancos não só expõem pessoas, como também eliminam empregos. Nossa luta é para preservar vidas e manter postos de trabalho", disse.

O presidente da CUT-AL, Luciano Santos, que também é diretor do Seec-AL, destacou a unidade das entidades em torno da pauta e criticou o veto do prefeito. Para ele, o veto representa um ataque à segurança coletiva. "Segurança não é gasto supérfluo; é questão de proteção à vida. Não podemos aceitar que a lógica do lucro determine quem vive ou morre dentro de uma agência. Essa decisão do JHC aprofunda o desmonte da segurança bancária, que ameaça vidas e empregos", afirmou.

A vereadora Teca Nelma, autora do projeto que teve sua minuta construída em diálogo com o Sindicato, reafirmou o compromisso de defender a matéria e garantir sua promulgação. "Essa é uma pauta que atravessa campos políticos. Proteger os trabalhadores e usuários é uma obrigação do poder público. Vamos trabalhar para que a Câmara derrube o veto e transforme isso em lei", declarou Teca.

Thyago Miranda chamou atenção para episódios recentes em que agências desprotegidas registraram agressões e risco a vida dos trabalhadores, reforçando que a adoção de 'modelos loja' não pode servir de desculpa para retirar medidas de proteção. "Esperamos que o Legislativo coloque a vida acima do cálculo econômico dos bancos. Não aceitaremos que Maceió retroceda enquanto vidas e empregos estão em jogo", concluiu.

O Sindicato segue em mobilização permanente, dialogando com vereadores, vigilantes e a sociedade civil para garantir que a segurança bancária volte a ser prioridade. Segurança e vidas não podem ser objeto de veto.

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