Sindicato cobra ao presidente do Santander enquadramento de bancários na Prospera, além de medidas de segurança nas agências

Cobrança foi feita por carta, entregue pessoalmente ao gestor do banco

O Sindicato dos Bancários de Alagoas entregou carta ontem (19/04) ao diretor-presidente do Santander, Mario Roberto Opice Leão, na qual cobra o imediato reconhecimento e enquadramento dos funcionários da empresa Prospera como bancários. Na correspondência, que o gestor recebeu pessoalmente, o Sindicato critica a política de terceirização do banco, que cria outras empresas no grupo, transfere bancários do Santander com outra nomenclatura profissional, muda a representação sindical dos trabalhadores, promove a perda de direitos e gera prejuízo na renda.

"É uma situação insustentável. O banco se recusa a discutir com o movimento sindical para solucionar o problema", disse o presidente do Sindicato e membro do Comando Nacional dos Bancários, Márcio dos Anjos. Ele avalia que a postura intransigente do Santander só levará a disputas judiciais e futuros passivos trabalhistas. "Não abriremos mão de continuar lutando pelos direitos desses trabalhadores. O banco precisa abrir negociação para revertermos esse quadro", enfatizou.

O Sindicato também cobrou, na carta ao presidente do Santander, a instalação de portas giratórias nas agências, além da presença de vigilantes armados. Diversas unidades da capital e do interior do estado estão sem qualquer segurança, com os funcionários, clientes e usuários correndo sérios riscos. "Lembramos ao gestor do banco que existem normativos de segurança a serem cumpridos pelas instituições financeiras, entre elas a Lei Estadual 8.240/20, que estabelece a adoção de medidas como guarda-volumes, portas giratórias com detector de metal, segurança armado, alarmes interligados à polícia e cofre com temporizador, entre outras", disse José Aragão, secretário geral do Sindicato e funcionário do Santander.

As agências com problema de segurança foram nominadas pelo Sindicato na carta, sendo elas: Ponta Verde, Arapiraca, Penedo, Palmeira dos Índios, Delmiro Gouveia, Coruripe, Santana do Ipanema, Tabuleiro, Rio Largo e União dos Palmares. O Sindicato disse que irá responsabilizar o banco caso algo de grave aconteça com os bancários e com os usuários da instituição financeira.

A carta para Mário Roberto foi entregue nas dependências da agência Maceió/Rua do Sol, quando o mesmo foi tratar de assuntos administrativos naquela unidade. O Sindicato tentou, através da sua representação de base, uma breve reunião com o gestor, mas a solicitação foi negada. O presidente do Santander saudou os dirigentes do Seec-AL e prometeu que iria ler e analisar a correspondência com atenção.

Veja a seguir a carta entregue pelo Sindicato:

 

Maceió (AL), 18 de abril de 2023


Ao

Ilmo. Sr.

Mario Roberto Opice Leão

Diretor-Presidente do Santander

 

Senhor Presidente,

O Sindicato dos Bancários de Alagoas vem reiterar junto à V. Sa. a necessidade e obrigatoriedade, em caráter de urgência, do enquadramento dos trabalhadores da empresa Prospera na condição oficial de bancários, haja vista suas atribuições e atividades virem sendo tipicamente de instituição bancária, notadamente em um conglomerado do Banco Santander.

A suspensão das negociações e o não reconhecimento por parte do Banco desse direito dos funcionários, além de gerar tensionamento na relação capital trabalho, com um futuro inevitável de passivos trabalhistas, penalizam seriamente os agora terceirizados, cujos direitos como bancários estão sendo reduzidos e/ou negados, sob a falsa ótica de que possuem outra representação sindical.

É lamentável constatar que na criação de novas empresas pelo Santander, a pulverização e diversificação dos serviços do Banco sejam utilizadas para a transferência dos funcionários bancários aos novos estabelecimentos financeiros, mas com cargos de denominação diferente, gerando prejuízos aos mesmos, principalmente de renda.

Reiteramos que este Sindicato, assim como o movimento sindical bancário em âmbito nacional, continuará resistindo a essa prática sistemática do Banco, e não descansará enquanto os trabalhadores da Prospera e demais subempresas do Santander não forem reconhecidos e enquadrados como bancários. Os trabalhadores do Santander no Brasil exigem respeito, aos seus direitos e a sua identidade profissional.

BASTA DE INSEGURANÇA

Este Sindicato também contesta o descaso com que o banco tem tratado a segurança dos funcionários, clientes e usuários em Alagoas, onde não existem portas giratórias e/ou vigilantes em diversas agências, apesar das cobranças feitas pela entidade e a comunidade. Além de colocar em risco a vida dos seus trabalhadores e dos consumidores bancários, essa postura do Santander, que parece ser uma política de redução de custo, fere flagrantemente a Lei Estadual 8.240/20, que estabelece para as instituições financeiras a adoção de medidas de segurança, tais como guarda-volumes, portas giratórias com detector de metal e segurança armado, entre outras. A lei de 2020 deu prazo de 60 dias para os bancos se adequarem, mas o
Santander continua descumprindo o dispositivo.

Estão em situação de plena vulnerabilidade na segurança as agências de Ponta Verde, Arapiraca, Penedo, Palmeira dos Índios, Delmiro Gouveia, Coruripe, Santana do Ipanema, Tabuleiro, Rio Largo e União dos Palmares. Este Sindicato, os bancários do Santander e os usuários cobram providências urgentes do Banco, e vão responsabilizá-lo caso ocorra algo grave devido a omissão e a insensibilidade da instituição financeira.

A vida dos trabalhadores e da população vale muito mais que o lucro do Santander.

Atenciosamente,

 

Márcio dos Anjos Silva
Presidente

José Ranilson M. Aragão
Secretário Geral

 

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