Dezembro Vermelho: prevenção, informação e políticas públicas para enfrentar o HIV, a AIDS e as ISTs
O mês de dezembro ganha a cor vermelha como símbolo de luta, conscientização e compromisso com a vida. O Dezembro Vermelho marca a campanha nacional e internacional de prevenção ao HIV/AIDS e às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), reforçando a importância da informação, do diagnóstico precoce, do tratamento adequado e, sobretudo, de políticas públicas que garantam acesso universal à saúde.
Mais de quatro décadas após a identificação do HIV, o vírus ainda representa um desafio permanente para a saúde pública. Apesar dos avanços científicos e do fortalecimento do tratamento antirretroviral, o preconceito, a desinformação e as desigualdades sociais continuam sendo obstáculos reais no enfrentamento da epidemia. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) segue como referência internacional ao garantir testagem gratuita, acompanhamento médico e acesso universal ao tratamento, uma conquista social que precisa ser defendida diariamente.
O diretor de Saúde do Sindicato, Mário Jorge, destaca que a prevenção deve fazer parte da rotina das pessoas e das políticas públicas. "O Dezembro Vermelho cumpre um papel fundamental ao ampliar o debate, mas a informação e o cuidado precisam estar presentes o ano inteiro. Testar cedo, tratar corretamente e combater o preconceito são ações que salvam vidas", afirmou.
O Dezembro Vermelho também chama atenção para outras Infecções Sexualmente Transmissíveis, como sífilis, hepatites virais, gonorreia, clamídia e HPV, que seguem com índices elevados em todo o país. A falta de informação, o acesso desigual à prevenção e a ausência de educação sexual contribuem para esse cenário. O uso de preservativos, a testagem regular e o tratamento adequado continuam sendo medidas essenciais para interromper a cadeia de transmissão.
Para a diretora de Políticas Sociais LGBTQIAPN+ e de Igualdade Racial, Roseane Amaral, a campanha também é um instrumento de combate às desigualdades e ao preconceito ainda fortemente presente na sociedade. "Falar de HIV, AIDS e ISTs é falar de direitos humanos. O preconceito e a discriminação ainda afastam muitas pessoas da informação, da testagem e do tratamento. Populações historicamente vulnerabilizadas enfrentam mais barreiras no acesso aos serviços de saúde, e o Dezembro Vermelho precisa alcançar todas as pessoas, com respeito, acolhimento e igualdade", ressaltou.
Do ponto de vista político, a campanha reforça que prevenção não é gasto, é investimento social. Cabe ao Estado garantir campanhas permanentes de conscientização, ampliar o acesso à testagem rápida, à PrEP e à PEP, fortalecer a atenção básica e combater o estigma que ainda afasta muitas pessoas dos serviços de saúde.
Ainda de acordo com Roseane, "esse debate também precisa chegar aos ambientes de convivência social, como escolas, universidades, comunidades , locais de trabalho e principalmente no ambiente familiar, onde o silêncio e o preconceito ainda dificultam o acesso à informação. Criar espaços de diálogo, respeito e acolhimento é parte essencial da estratégia de prevenção e cuidado", declarou .
Outro ponto central do Dezembro Vermelho é a defesa dos direitos das pessoas que vivem com HIV/AIDS. A discriminação, seja no trabalho, nos serviços ou nas relações sociais, segue sendo uma violação grave de direitos. Combater o preconceito é tão urgente quanto enfrentar o vírus. Informação salva vidas, mas respeito e políticas públicas inclusivas salvam ainda mais.
O mês de conscientização é um chamado à responsabilidade coletiva. Governos, movimentos sociais, entidades da sociedade civil e cada cidadão e cidadã têm papel fundamental na disseminação da informação, na defesa do SUS e na construção de uma sociedade mais justa e saudável. Saúde é direito, não privilégio.
Neste Dezembro Vermelho, a mensagem é clara: testar, prevenir, tratar e respeitar. A luta contra o HIV, a AIDS e as ISTs é permanente e exige compromisso do poder público e da sociedade. Informação é a principal arma. Preconceito, definitivamente, não pode ser opção.

