
Audiência escancara desrespeito do Santander com trabalhadores bancários
Sindicato participa de audiência pública e reforça denúncia contra terceirização fraudulenta promovida pelo banco. Alagoas foi representada pelo diretor José Aragão, membro da COE Santander
Na última quinta-feira (3), em Brasília, a Comissão do Trabalho da Câmara dos Deputados foi palco de uma denúncia grave contra o Santander. Durante a audiência pública "Terceirização fraudulenta no ramo financeiro", o Sindicato junto com a Comissão de Organização dos Empregados (COE), expôs o que já é considerado um dos maiores ataques aos direitos trabalhistas da categoria bancária nos últimos anos.
Representando Alagoas, o diretor José Aragão, da COE/Santander, foi enfático."O que o Santander está fazendo é um escárnio com os trabalhadores. Estão desmontando o emprego bancário protegido por convenção coletiva para substituir por mão de obra terceirizada, precária e mal remunerada. É um desrespeito que não vamos aceitar. Nossa luta é pelo trabalho decente. Chega de contratações fraudulentas"!
A manobra do banco não é nova, mas tem ganhado força com requintes de crueldade. O Santander vem criando empresas do próprio grupo para empregar profissionais que antes eram bancários com todos os direitos garantidos. Agora, esses trabalhadores são colocados em estruturas paralelas, com salários mais baixos, sem acesso à Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da categoria, além de benefícios reduzidos como tíquetes-refeição e vales-alimentação.
De acordo com Aragão, a gravidade da denúncia não está apenas na fraude trabalhista em si, mas no precedente que isso pode abrir para todo o sistema financeiro. "Se o Santander consegue fazer isso impunemente, o que impede os outros bancos de seguirem o mesmo caminho? Estamos diante de um risco real de desmonte da categoria bancária, por isso nossa luta deve ser coletiva", alertou.
O golpe não é apenas moral. É financeiro e bilionário. Apenas com três dessas empresas criadas para driblar direitos trabalhistas e baratear a mão de obra, desde 2021, o Santander já economizou cerca de R$ 400 milhões. Uma economia construída em cima da retirada de direitos e do empobrecimento do trabalhador. A mobilização da categoria será fundamental para que esse retrocesso não se espalhe.