Sindicato questiona Santander sobre transferência e pejotização de trabalhadores em ofício. Banco responde com evasivas
O Sindicato encaminhou, na última sexta-feira (18), um ofício contundente ao Banco Santander, exigindo esclarecimentos sobre rumores alarmantes que vem gerando insegurança entre os trabalhadores. Segundo denúncias dos próprios bancários que procuraram a entidade, os cargos de Especialista de Serviços (ES) e Gerente de Empresas 1 (E1) estariam prestes a sofrer uma reestruturação massiva e prejudicial.
Relatos apontam que, a partir do segundo semestre de 2025, o Santander pretende terceirizar os ES, transferindo-os para empresas do grupo como a SX Tools Serviços. Em uma etapa seguinte, entre 2026 e 2027, os cargos de Gerente Empresas 1 (E1) seriam convertidos em contratos de Pessoa Jurídica (PJ), afastando centenas de trabalhadores do regime de contratação formal que garante direitos como previdência, férias e segurança jurídica.
Essa notícia, que rapidamente se espalhou entre os trabalhadores e nas redes sociais, lançou uma sombra de incerteza sobre o ambiente de trabalho. "O que mais nos choca é o Santander não se dignar a dialogar abertamente com seus próprios funcionários e com as entidades sindicais, ignorando a angústia de centenas de bancários que dependem desse emprego para viver com dignidade", destacou o diretor José Aragão.
Resposta evasiva e descompromissada
Em resposta ao ofício do Sindicato, o Santander limitou-se a negar os fatos com uma alegação superficial, classificando as informações como "não correspondentes à verdade". Em vez de esclarecer com detalhes o futuro dos trabalhadores, o banco optou por se amparar em uma decisão do Supremo Tribunal Federal, que permite a terceirização ampla, irrestrita e desregulada no Brasil, sem considerar o impacto humano de suas práticas de reestruturação.
Para o diretor Walance Palmeira ,"o Santander mais uma vez demonstra seu descaso com a saúde e o bem-estar de seus trabalhadores ao adotar uma postura que apenas reafirma seu compromisso com o lucro, ignorando completamente a estabilidade e a segurança dos bancários que constroem seu lucro no dia a dia", ressaltou.
Práticas antissindicais e impactos nocivos para a categoria
O Santander não é novato em adotar práticas que minam os direitos trabalhistas e reduzem a representação sindical. O Sindicato já havia registrado diversas queixas sobre práticas de transferência e reestruturações que afetam diretamente os trabalhadores sem a mínima consideração com as implicações sociais e econômicas que tais mudanças trazem.
Para o Sindicato, a pejotização e a terceirização são estratégias do banco para reduzir direitos, fragmentar o movimento sindical e minar a luta coletiva por melhores condições de trabalho. "A terceirização dessas funções é um ataque direto aos direitos dos bancários e uma tentativa de enfraquecer a organização sindical, prejudicando diretamente quem mantém o Santander em pé que são seus trabalhadores", disse Aragão.
Próximos passos
Diante da resposta evasiva do banco, o Sindicato reitera que não se furtará a adotar todas as medidas cabíveis para garantir a manutenção dos direitos dos trabalhadores e impedir que o banco avance com reestruturações fraudulentas e lesivas. "Estamos atentos e dispostos a combater essa afronta aos direitos trabalhistas com todas as ferramentas jurídicas e políticas à nossa disposição. Não recuaremos na defesa dos empregos e dos direitos dos trabalhadores, e essa será a nossa resposta ao desrespeito do Santander”;, finaliza o José Aragão.