Na primeira rodada de negociações, bancários definem temas que serão discutidos com os bancos

Além da definição dos temas, também foram tratadas outras questões como a demissão em massa pelo Mercantil do Brasil; o abono do banco de horas negativas gerado em decorrência da pandemia; e a retirada de pauta do PL 1043/2019, que propõe a liberação da abertura de agências bancárias aos finais de semana

O Comando Nacional dos Bancários definiu ontem (22/06), na primeira reunião de negociação da Campanha Nacional, os temas que serão discutidos em mesa com a Federação Nacional do Bancos (Fenaban), bem como as datas em que serão tratados (veja calendário ao final do texto).

"Os dois primeiros são emprego e terceirização, fundamentais nesse momento de crise e de implementação de novas tecnologias pelos bancos. Precisamos de garantias contra as demissões, de mais contratações para enfrentar a sobrecarga de trabalho, e do reconhecimento como bancários daqueles que exercem atividades bancárias", disse o presidente do Sindicato, Márcio dos Anjos, que integra o Comando Nacional dos Bancários.  

Para a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional, Juvandia Moreira, os temas definidos para discussão com os bancos englobam uma série de reivindicações da categoria que precisam ser atendidas. "É hora de nos mobilizarmos! E bora ganhar este jogo!", afirmou.

Após emprego e terceirização, marcados para debate na próxima segunda-feira (27/06), vêm na sequência cláusulas sociais e segurança bancária; cláusulas sociais e teletrabalho; igualdade de oportunidades; saúde e condições de trabalho; e duas reuniões sobre as cláusulas econômicas.

Banco de horas negativas

Antes de entrar na pauta definida para o dia de ontem, o Comando Nacional dos Bancários reivindicou o abono das horas negativas das pessoas com comorbidade para as quais o banco não conseguiu viabilizar o trabalho remoto durante a pandemia.

"As pessoas foram afastadas por uma questão de saúde pública. Foram dois anos de pandemia e para algumas delas os bancos não conseguiram viabilizar o trabalho remoto. Isso gerou um número muito grande de horas a serem compensadas. Por mais que tenham tentado, algumas pessoas não conseguiram compensar todas estas horas. Queremos que estas horas sejam abonadas", explicou Ivone Silva, que também coordena o Comando Nacional dos Bancários.

A Fenaban disse que, como as negociações sobre banco de horas foram realizadas diretamente com os bancos, fará um levantamento sobre quais são os casos e discutirá a proposta com cada um deles.

Demissões em massa

O Comando também lembrou sobre a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) com relação à necessidade de negociações com os sindicatos antes de empresas promoverem demissões em massa. "O Banco Mercantil do Brasil está encerrando as atividades no Rio de Janeiro e vai fechar todas as agências no estado. Pedimos que a Fenaban intermedeie negociação com o BMB para que seja respeitada a decisão do Supremo e esta mesa de negociações", reivindicou a presidenta da Contraf-CUT.

A Fenaban disse que recebeu ofício da Contraf-CUT com a solicitação, já está tentando agendar reunião com o banco para tratar do assunto e dará resposta à representação da categoria até esta quinta-feira (23).

PL 1043/2019

O Comando Nacional dos Bancários também solicitou que os bancos trabalhem no sentido de retirar o Projeto de Lei 1043/2019, que propõe a liberação da abertura de agências bancárias aos finais de semana, da pauta de votação.

"Os bancos alegam que em alguns eventos, como feiras de negócios, que ocorrem aos finais de semana, são prejudicados devido a não abertura dos bancos nesses dias. Isso não justifica o desrespeito à nossa mesa de negociações. Nunca nos negamos a negociar estes casos específicos. Inclusive existem acordos que permitem este trabalho", afirmou a presidenta da Contraf-CUT. "Tanta coisa mais importante para ser discutida no Congresso Nacional e querem criar uma lei para um tema que é tratado em nossa mesa de negociações. Isso deve ser pauta aqui na nossa mesa, não no Congresso. Por isso, pedimos o esforço para que o mesmo seja retirado da pauta", ressaltou.

CALENDÁRIO DE NEGOCIAÇÕES:

Segunda-feira, 27 de junho: Emprego e Terceirização

Quarta-feira, 6 de julho: Cláusulas sociais e segurança bancária

Sexta-feira, 22 de julho: Cláusulas sociais e teletrabalho

Quinta-feira, 28 de julho: Igualdade de oportunidades

Segunda-feira, 1 de agosto: Saúde e condições de trabalho

Quarta-feira, 3 de agosto: Cláusulas econômicas

Quinta-feira, 11 de agosto: Continuação das cláusulas econômicas

 

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