
Plano Juventude Negra Viva avança com ações de comunicação e adesão de novos municípios
Reunião realizada no BNDES debateu seminário temático e inclusão de 50 cidades mapeadas para fortalecer ações de combate à violência contra a juventude negra
Na segunda-feira (28), foi realizada a 5ª Reunião Ordinária do Comitê Gestor do Plano Juventude Negra Viva (PJNV), na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. O encontro foi convocado pelo Ministério da Igualdade Racial e pela Secretaria-Geral da Presidência da República, por meio da Secretaria da Juventude, e contou com a participação de representantes de diversas entidades e ministérios.
Dois pontos centrais marcaram os debates: a proposta de realização de um seminário nacional de comunicação e a inclusão de 50 municípios mapeados na adesão ao PJNV. A ideia é dinamizar as ações do plano por meio de mesas temáticas, debates e atividades culturais, além de ampliar o alcance das políticas públicas em regiões mais afetadas pela violência letal contra a juventude negra.
"O seminário vai nos ajudar a comunicar melhor o plano e suas ações. E a adesão dos 50 municípios mapeados é fundamental para interiorizar a política pública e atacar o problema onde ele é mais grave", explicou o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar, que é membro do Comitê Gestor do PJNV e também representou a CUT Nacional na reunião.
O PJNV é um instrumento da política de igualdade racial voltado à juventude negra, com o objetivo de reduzir a violência letal e outras vulnerabilidades sociais que afetam essa parcela da população, combatendo o racismo estrutural. A importância do plano fica evidente diante dos dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na última semana: em 2024, foram registradas 44.127 mortes violentas intencionais, sendo 79% das vítimas homens negros e 48,5% com menos de 29 anos.
"Reduzir a letalidade da juventude negra é o grande objetivo do PJNV. Basta observar os dados alarmantes do Anuário da Segurança Pública para entender a importância deste plano. A iniciativa do governo Lula é um passo fundamental para conter a violência policial e o genocídio da juventude negra", afirmou Almir Aguiar.
O plano foi construído a partir do diálogo com mais de seis mil jovens de todo o país e envolve a articulação de 18 ministérios. Ele está estruturado em 11 eixos transversais que abrangem áreas como justiça, segurança pública, educação, saúde, cultura e meio ambiente.
A programação do comitê continua nesta terça-feira, no auditório da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com a presença da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, da deputada federal Benedita da Silva, mesas de debate e a eleição da delegação de jovens negros que participará da 5ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (V Conapir).