Coletivo Nacional de Segurança Bancária alinha propostas para negociação com a Fenaban e prepara seminário nacional

Reunião discutiu os principais desafios da segurança bancária no país e definiu próximos passos de mobilização do setor. Alagoas foi representada  pelo presidente Márcio dos Anjos, que também é Secretário de Segurança Bancária e Política contra a Terceirização da Fetrafi/NE

 

O Coletivo Nacional de Segurança Bancária da Contraf-CUT se reuniu na quinta-feira (10) com representantes das federações e sindicatos de bancários de diversas regiões do país para debater as principais preocupações e propostas relacionadas à segurança no setor financeiro. O encontro serviu para alinhar os pontos que serão levados à mesa de negociação com a Fenaban, prevista para agosto, e também definiu uma data indicativa para o Seminário Nacional de Segurança Bancária, que deve ocorrer em novembro.

A reunião foi marcada por relatos contundentes sobre a precarização das condições de segurança nas agências. Os representantes destacaram o fechamento de unidades físicas, especialmente nos grandes bancos, o que tem gerado demissões e aumentado a pressão sobre os locais que permanecem abertos. Em muitos casos, os próprios bancários estão sendo obrigados a abastecer os caixas eletrônicos (ATMs), uma função que deveria ser realizada exclusivamente por empresas de segurança especializada.

Outro ponto de preocupação é a atuação dos bancos junto a prefeituras para retirada das portas giratórias de segurança das agências, medida que coloca em risco a integridade de trabalhadores e clientes. As chamadas "agências de negócios", modelo cada vez mais adotado pelas instituições, também foram criticadas por não contarem com estrutura de segurança adequada.

Os idosos têm sido particularmente prejudicados com o avanço do autoatendimento e da digitalização, tornando-se alvos frequentes de golpes e fraudes. A falta de suporte presencial nas agências aumenta ainda mais a vulnerabilidade desse público.


Para Jair Alves, coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária da Contraf-CUT, o debate foi fundamental para traçar estratégias e cobrar uma postura mais responsável por parte dos bancos. "A segurança bancária precisa ser tratada como prioridade estratégica. Não podemos permitir que trabalhadores e clientes fiquem expostos a riscos por falta de investimento ou descaso com os protocolos. Nossa luta é para que a segurança acompanhe as transformações digitais e preserve a integridade de todos que utilizam os serviços bancários", afirmou.

O presidente Márcio dos Anjos, também reforçou a gravidade da situação e a importância da mobilização nacional sobre o tema. "A reunião foi firme e necessária. Os relatos escancararam o abandono da segurança bancária no país e a total negligência dos bancos com a vida de trabalhadores e clientes. Estamos construindo, de forma coletiva, propostas que levem esse tema de volta ao centro das prioridades na mesa de negociação com a Fenaban", afirmou.

Entre as principais reivindicações que serão levadas à Fenaban estão:

- Avaliação dos planos de segurança das agências pela Polícia Federal;

- Proibição de abertura de terminais de autoatendimento por funcionários;

- Obrigatoriedade de sinalização externa nas agências sobre a inexistência de numerário no local;

- Visitas técnicas aos centros de segurança dos principais bancos;

- Participação de representantes da Polícia Federal e especialistas no seminário nacional.

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