
Sindicato paralisa agência do Bradesco em protesto: banco lucra bilhões, fecha agências e demite. Trabalhadores e clientes pagam a conta
O Bradesco anunciou um lucro líquido recorrente de R$ 5,864 bilhões no primeiro trimestre de 2025, representando um crescimento de 39,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar dos números bilionários, a instituição financeira segue com seu pacote da crueldade, aprofundando o processo de reestruturação que, na prática, significa demissões em massa, fechamento de agências e sobrecarga dos trabalhadores.
Como resposta, o Sindicato realizou, nesta sexta-feira (20), a paralisação parcial da agência Livramento, em protesto contra o anúncio do fechamento da unidade da Rua do Sol, no Centro de Maceió, e da agência de Marechal Deodoro, além do encerramento de diversos postos de atendimento no estado.
De acordo com o diretor Thyago Miranda, a manifestação reflete uma indignação acumulada e já denunciada diversas vezes pelo movimento sindical. "Não é de agora que denunciamos essa política perversa e predatória do Bradesco, que sacrifica trabalhadores e clientes em nome da rentabilidade dos acionistas. O banco opera na lógica de que bancários e clientes são descartáveis, desde que os acionistas estejam sorrindo com seus dividendos bilionários", dispara Thyago.
Demite, fecha e joga a conta no colo dos trabalhadores e da população
A realidade é cruel. Em apenas 12 meses, o Bradesco eliminou 2.269 postos de trabalho, sendo 657 somente no primeiro trimestre deste ano. No mesmo período, 420 agências foram fechadas, além de 891 postos de atendimento e 81 unidades de negócios.
"Tudo isso, claro, sob o velho discurso de "ajuste no custo de servir", enquanto o que explode mesmo é o lucro do banco", afirma o diretor Juan Gonzalez bancário do Bradesco. O dirigente é enfático. "Lucro bilionário para poucos, desemprego e sobrecarga para muitos. O Sindicato seguirá firme contra esse modelo desumano de gestão. O Bradesco não pode seguir agindo como se bancários e clientes fossem descartáveis", conclui Juan Gonzalez.
Quem lucra com o sofrimento? Lucro para o banco. Desemprego e adoecimento para os trabalhadores
O diretor da Fetrafi/NE, Mário Medeiros, também bancário do Bradesco, descreve um cenário de pavor, tensão e adoecimento nas unidades. "Os funcionários estão apavorados. É meta abusiva todo dia. Pressão, ameaça, insegurança e desrespeito. A situação está insustentável. É uma fábrica de adoecimento mental e físico. Isso é desumano!", denuncia.
"Digitalização? Não. É precarização disfarçada!" O presidente da CUT Alagoas e diretor do Sindicato Luciano Santos também critica duramente a postura do banco. "O discurso da "transformação digital" virou desculpa para um projeto cruel de enxugamento, precarização, desemprego e desumanização do atendimento. É inadmissível normalizar um banco que lucra bilhões às custas dos trabalhadores, do adoecimento e do abandono dos seus clientes", dispara.
O Sindicato denuncia que a "transformação digital" tem sido usada como cortina de fumaça para justificar demissões, fechamento de agências e precarização do trabalho. Para a entidade, o modelo adotado pelo Bradesco ignora as realidades locais, abandona comunidades e destrói o atendimento presencial, que ainda é essencial para grande parte da população.