100 anos de Itaú: realidade de adoecimento, demissões e marco de exploração

 

Os diretores do Sindicato percorrem as agências do Itaú nesta terça-feira (29) para protestar e dar voz aos trabalhadores que enfrentam uma realidade de pressão, adoecimento e descaso. Enquanto o banco celebra seu centenário com discursos sobre "futuro" e "prosperidade", o cotidiano nas agências mostra um cenário bem diferente. Metas abusivas, terceirização e demissões fazem parte do dia a dia dos bancários, que sustentam os lucros bilionários do banco à custa da própria saúde.

Para o diretor Luciano Santos, presidente da CUT-AL e bancário do Itaú, as contradições são gritantes. "O banco que exibe seus lucros bilionários e anuncia com orgulho sua presença em toda a América Latina é o mesmo que adota práticas punitivas, como advertências arbitrárias e demissões por justa causa. O Itaú, que deveria ser um pilar de segurança e respeito, escolhe o caminho da terceirização e da exploração, sacrificando milhares de empregos e negligenciando a saúde dos seus trabalhadores", lamentou.

Na ocasião, os dirigentes estão conversando com os colegas bancários e conscientizando também a sociedade sobre a gravidade do cenário que os trabalhadores do Itaú enfrentam no dia a dia. "O assédio moral, sempre abafado pelos discursos corporativos, é a realidade diária para muitos colegas. Com isso, o Itaú tenta esconder o impacto de suas metas absurdas, que, ao invés de valorizar, destroem a saúde dos trabalhadores", afirmou o diretor Cláudio Gama, bancário do Itaú.

Outro desrespeito flagrante são as demissões que perpetuam uma política de exploração dentro das agências. Somente nos últimos meses, o banco fechou centenas de postos de trabalho, deixando os trabalhadores restantes sobrecarregados e desamparados. "A terceirização avança, enquanto a rede de agências encolhe. Os bancários que permanecem são ameaçados, sobrecarregados e pressionados para alcançar resultados inatingíveis, enquanto os lucros do banco seguem crescendo", acrescentou Luciano Santos.

Outro fato preocupante são as indenizações oferecidas pelo banco. Segundo Cláudio Gama, o Itaú tenta mascarar sua negligência oferecendo indenizações em troca de estabilidade no emprego, uma "compensação" que na verdade é uma armadilha. "Estamos conversando com os colegas e orientando-os a não aceitarem propostas enganosas e a buscar o sindicato para proteger seus direitos. Nossa saúde é nosso bem maior. Não renuncie aos seus direitos em troca de uma indenização", pontuou.

Hoje, mais do que nunca, a categoria está unida para denunciar essa exploração disfarçada de modernização.

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