Bancários em Alagoas se levantam contra a negação da Fenaban: "Saúde em 1º lugar!"
Nesta quinta-feira (1º), bancários de Alagoas se juntam ao movimento nacional de luta por melhores condições de trabalho e saúde. Sob o mote "Não adianta negar, saúde em 1º lugar!", os diretores do Sindicato estão se mobilizando nas agências do centro da capital para protestar contra a absurda negação da Fenaban sobre o adoecimento da categoria.
Durante a última mesa de negociação da Campanha Nacional de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), a Comissão de Negociações da Federação Nacional dos Bancos (CN Fenaban) teve o desplante de afirmar que não há dados suficientes para vincular os crescentes casos de adoecimento mental à atividade bancária.
Para o presidente Márcio dos Anjos quem acompanha as negociações de perto, " essa postura é um insulto à inteligência e à realidade enfrentada diariamente pelos colegas bancários, que sofrem com metas abusivas, pressão constante e um ambiente de trabalho cada vez mais opressor", declarou o membro do comando nacional.
Os dados não mentem. De acordo com a Consulta Nacional dos Bancários deste ano, que ouviu quase 47 mil trabalhadores de todas as regiões do país, 39% dos entrevistados relataram ter usado medicamentos controlados, como antidepressivos, ansiolíticos e estimulantes, nos últimos 12 meses. Esse dado alarmante evidencia o alto índice de adoecimento mental na categoria. Além disso, um levantamento do Dieese, baseado em dados do INSS e da RAIS, revelou que o afastamento por motivos de saúde mental entre bancários em 2022 foi três vezes maior que a média de afastamentos em todas as categorias.
" Os bancários de Alagoas não vão se calar diante desse desrespeito. A nossa atividade de hoje tem como objetivo expor a verdadeira face da gestão dos banqueiros, que se recusam a reconhecer o impacto devastador que suas políticas têm sobre a saúde mental dos trabalhadores bancários. A luta é por dignidade, respeito e a garantia de um ambiente de trabalho saudável", disse o diretor Thyago Miranda.
" Chega de desculpas esfarrapadas e de esconder a verdade! É hora de colocar a saúde em primeiro lugar e exigir que os bancos assumam a responsabilidade por suas práticas tóxicas. Estamos de pé e determinados. A luta por condições de trabalho dignas e pelo reconhecimento da saúde como prioridade é uma batalha que continua e que exige a participação de todos os trabalhadores", disse o diretor de saúde José Marconde.