Visibilidade trans: categoria bancária tem luta histórica por direitos
Bancários e bancárias trans já conquistaram o direito de usar nome social no trabalho; novas reivindicações serão negociadas na Campanha Nacional
O Dia Internacional da Visibilidade Trans foi celebrado no domingo (31). "Essa é uma data importante para o movimento sindical bancário, que tem em sua pauta de atuação a luta pelos direitos da comunidade LGBTQIA+", observa a secretária de Políticas Sociais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Elaine Cutis.
Segundo o Dossiê sobre assassinatos e violências contra travestis e transexuais em 2023, realizado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o Brasil é o país em que mais pessoas trans são mortas de forma violenta, com 155 casos registrados em 2023. "As questões da diversidade são de fato temas centrais em nossas negociações, tanto que a categoria bancária é a única que possui uma mesa permanente dedicada ao tema", ressalta Elaine. "Essas negociações resultaram em importantes avanços, como a isonomia de direitos e o uso do nome social, demonstrando nosso compromisso com a igualdade e o respeito à diversidade", completa.
Como direito à pessoa trans, o movimento sindical bancário já conquistou a garantia do uso do nome social nos crachás e nos sistemas dos bancos, independentemente de ela já ter obtido o reconhecimento desse direito pelo Estado. Na pauta de negociação, estão reivindicações como a licença médica especifica para a realização de cirurgia de redesignação sexual e um programa de mentoria para ascensão profissional da população trans nos bancos.
Em direitos para bancários e bancárias da comunidade LGBTQIA+, a categoria conquistou ainda a extensão dos direitos de casais heteroafetivos para os casais homoafetivos, como a inclusão no plano de saúde do companheiro ou companheira. Elaine lembra que "neste ano de nova Campanha Nacional, vamos manter essa bandeira e avançar na luta, sempre buscando a garantia dos mesmos direitos a todas as pessoas, e isso inclui o fim da discriminação contra a comunidade LGBTQIA+, claro, mas também contra mulheres, grupos raciais ou PCDs".
Visibilidade Trans
O Dia Internacional da Visibilidade Trans foi lançado em 2009 pela ativista transgênero Rachel Crandall, dos Estados Unidos, em reação à falta de reconhecimento das pessoas transgênero, inclusive por parte da comunidade LGBTQIA+. No Brasil, o Dia Nacional da Visibilidade Trans é celebrado em 29 de janeiro. Nessa data, em 2004, um grupo de ativistas transgênero se dirigiu ao Congresso Nacional para se manifestar em favor da campanha Travesti e Respeito.
Fonte: Seeb-SP e Contraf-CUT.