Pandemia não acabou e presidente e diretor do BB continuam desrespeitando protocolos de saúde

Descaso de gestores do BB é notório, mesmo diante do crescente adoecimento de funcionários, continuam a circular sem máscaras e desrespeitando protocolos  

 

 

Enquanto voltam a aumentar os casos de contaminação pela variante Ômicron, da Covid-19, e, agora, pelo novo vírus da gripe (H3N2) em todo o país e entre os funcionários do Banco do Brasil, em consequência da precoce retomada ao trabalho presencial nas áreas administrativas, o presidente do BB, Fausto de Andrade Ribeiro, compartilha foto sem máscara nas dependências do banco, desta vez ao lado do diretor de operações, João Leocir Dal-Rosso Frescura.

 

Esta não é a primeira vez que Fausto é flagrado sem máscara. Em visitas a agências de várias partes do país, o presidente do banco vem reforçando o descaso pelo manual de trabalho presencial, dispensando o uso do equipamento de segurança.

 

“;Essas imagens são sintomáticas. Como cobrar o respeito ao manual de segurança contra a Covid-19, se quem deveria ser o primeiro a fazer é a alta cúpula do banco?”;, questiona o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.

 

“;Diante do quadro do aumento de funcionários adoecidos nas dependências do banco, em decisão unilateral a direção divulgou, na primeira semana do ano, um novo manual contra a Covid-19, excluindo vários protocolos de segurança que foram estabelecidos no manual anterior, acordado entre o BB, movimento sindical e o Ministério Público do Trabalho”;, lembra Fukunaga ao completar que as reivindicações dos trabalhadores, por outro lado, não são feitas sem bases técnicas. “;Retirar, neste momento, o item de fechamento de unidade por contaminação de Covid-19 é, ao mesmo tempo, pregar contra o próprio funcionário e colocar a vida em último plano”;, arremata.

 

Negacionismo explícito

 

Em setembro, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) publicou os resultados de pesquisa, encomendada ao Dieese, comprovando o papel do home office na proteção da saúde dos bancários. O trabalho apontou que, entre aqueles que ficaram em teletrabalho durante o ápice da pandemia, 77% não apresentaram diagnóstico positivo de Covid-19, contra 23% contagiados. Por outro lado, entre os que não estiveram em teletrabalho, o percentual de contaminação foi de 38%.

 

“;Ao impor um cronograma de retorno ao trabalho presencial de 100% dos funcionários das áreas administrativas, cumprido até o final de dezembro passado, o banco não apenas desconsiderou a pesquisa encomendada pela Contraf-CUT, como também os relatórios oficiais da OMS (Organização Mundial da Saúde) que afirmam que a pandemia ainda não acabou”;, pondera Fukunaga. “;Uma nova cepa do vírus Covid-19 está em circulação, com capacidade muito mais rápida de contágio e que tem contribuído para filas enormes no teleatendimento da Cassi e nos hospitais das redes particular e pública”;, complementa.

 

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“;O número de funcionários adoecidos só não é pior graças a pressão dos trabalhadores nas mesas de negociação que fez com que imunossuprimidos (indivíduos que possuem uma condição de saúde que faz com que seus corpos respondam menos a qualquer tipo de vacina), pessoas em tratamento contra o câncer e com deficiência auditiva, além das grávidas, pudessem continuar em teletrabalho”;, explica ainda Getúlio Maciel, representante da Comissão de Empresa BB e dirigente sindical do Fetec-CUT/SP.

 

Na foto mais recente sem máscara, Fausto aparece ao lado do diretor João Leocir Dal-Rosso Frescura, conhecido como Piti. Em vários casos confirmados de colegas infectados nos centros operacionais, Piti, que é o diretor de operações vinculados a esses prefixos, teria se recusado a dispensar os funcionários das dependências que necessitavam de protocolos de limpeza e quarentena, conforme estabelecido no primeiro manual de segurança, acordado junto ao MPT, após cobrança da CEBB, mas substituído pelo novo manual publicado recentemente de forma unilateral pelo banco.

 

“;Essa mudança do manual de retorno presencial, de forma unilateral, após a cobrança do cumprimento de seus itens, é um absurdo e mostra que, para este diretor do banco, vale tudo para se destacar, desde servir cafezinho como bom menino, até colocar em risco a vida dos funcionários do BB. Vemos, certamente, a política mortuária deste atual governo atuando na Diope”;, avalia Fukunaga.

 

BB recebe intimação

 

O movimento sindical, por meio da Contraf, acionou o MPT contra a decisão do BB de alterar o manual de segurança sobre a Covid-19. O Banco já foi intimado pelo Ministério Público do Trabalho a comparecer em uma audiência sobre a questão no dia 12 de janeiro.

 

Direito de resposta

 

A direção do Banco do Brasil informa que a foto que deu origem a esse texto, onde o presidente do BB, Fausto de Andrade Ribeiro, aparece ao lado do diretor de operações João Leocir Dal-Rosso Frescura, não é recente, foi tirada em 18 novembro. Na ocasião, a presidenta da Contraf-Cut, Juvandia Moreira, cobrou da direção do banco o uso de máscaras e a resposta do BB foi, a partir de então, manter esforços para seguir os protocolos de segurança.

Entretanto, recentemente o Sindicato dos Bancários do Espírito Santo divulgou uma nota com imagens flagrando Fausto Ribeiro sem máscara em várias ocasiões. A mais recente foi no dia 27 de dezembro, em visita às agências de Vitória e Vila Velha. 

 

 

 

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