BB exige visitas presenciais mesmo diante do aumento de casos de Covid-19

Sob o argumento de não pôr metas em risco, gerentes PJ estão sendo obrigados a colocar a saúde em risco 

 

 

Mesmo diante do aumento no índice de contaminação por Covid-19 e pela nova variante da Influenza, o Banco do Brasil está exigindo que seus gerentes PJ façam visitas presenciais para atingir as metas.

“;A denúncia veio do Sindicato dos Bancários do ABC, em São Paulo, somando-se a outras denúncias que estamos recebendo de várias partes do país sobre o descaso da direção do banco com a saúde e vida das trabalhadoras e dos trabalhadores”;, lamenta Luciana Bagno, representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi/MG). “;Ou seja, sob o argumento de não colocar as metas em risco, os gerentes PJ estão, agora, sendo obrigados a colocar a saúde deles e a dos clientes em risco”;, completa.

Um colaborador do BB denunciou o seguinte ao movimento sindical: “;Nem sequer está sendo mencionada a situação que estamos passando. Sei da demanda de várias agências que estão fechando diariamente, mas há grande risco de estarmos disseminando ainda mais doenças em nossas agências e lares”;. O funcionário disse ainda ter escutado de seu superior, durante uma reunião realizada nesta semana, que todos precisavam “;gastar os sapatos, ir de encontro ao cliente”;, para garantir as metas do período.

Luciana Bagno avalia que, diante do cenário pandêmico, é preciso flexibilizar o indicador do Conexão, o programa de metas do banco. “;Se o banco diz que cuida do que é valioso para as pessoas, que ele cuide da vida dos seus funcionários”;, observa.

 

Vidas em risco

 

Unidades do BB em todo o país estão registrando o aumento de funcionários contaminados. O movimento sindical aponta que boa parte do adoecimento de colaboradores poderia ter sido evitada se o banco não tivesse levado adiante seu planejamento de retorno precoce ao trabalho presencial nas áreas administrativas.

Outra tomada de decisão incoerente da administração do BB foi a divulgação, no dia 4 de janeiro, de um novo manual de segurança contra a Covid-19, produzido de forma unilateral e substituindo o anterior, acordado entre o BB, movimento sindical e o Ministério Público do Trabalho.

“;O movimento sindical acionou o MPT contra as mudanças no manual de segurança sanitária, mudanças essas feitas de forma unilateral pelo banco, que foi intimado pelo ministério a comparecer em audiência sobre esta questão nesta quarta-feira, dia 12 de janeiro”;, destaca João Fukunaga, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).

“;Vamos continuar usando todos os instrumentos necessários para cobrar do banco medidas que são fundamentais para assegurar a saúdo dos trabalhadores. Entendemos que o cenário mundial de pandemia é algo sem precedentes na nossa história recente, como sociedade humana de produção industrial e oferta de serviços, mas temos recursos técnicos oferecidos pela ciência, que são os protocolos de segurança, para reduzir as formas de contágio”;, pondera Fukunaga. “;O risco de não observarmos esses protocolos é sermos, novamente, obrigados a vivenciar os lockdowns que, aí sim, afetarão muito mais as metas em todos os setores econômicos”;, ressalta o coordenador da CEBB.

“;Enquanto o banco liga para reclamar das matérias, não toma atitudes para preservar vidas, reforçando a política genocida em algumas áreas, agora no varejo. Essa atitude, infelizmente, traz a discussão política e ideológica para dentro do BB, afinal o vice-presidente de varejo Carlos Mota foi cabo eleitoral do atual governo, premiado de superintendente estadual para vice-presidente, passando por cima de todo e qualquer processo de seleção. Parece que estão todos os apoiadores deste governo de mãos dadas para negar a realidade de contaminação e colocar as pessoas em risco”;, conclui Fukunaga.

 

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