Em dia nacional de luta, funcionários da Caixa e BB exigem melhores condições de trabalho

Mobilização também denunciou as metas abusivas, o assédio institucional e o sucateamento dos bancos públicos

Bancárias e bancários da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil realizaram nesta terça-feira (7/12) um Dia Nacional de Luta em defesa dos bancos públicos e de seus empregados. Os trabalhadores exigiram melhores condições de trabalho, fim das metas desumanas e abusivas, fim do assédio institucional, e mais contratações para reduzir a sobrecarga de trabalho e melhorar o atendimento à população.

Em Alagoas, as manifestações começaram no início da manhã, com diretores do Sindicato fazendo pronunciamento nas agências e distribuindo impressos com a população e os funcionários. Houve carta aberta nos dois bancos para denunciar as práticas autoritárias e nocivas de suas diretorias, além de um informativo para os bancários do BB, no qual se denunciou a convocação intempestiva, por parte da empresa, do retorno dos empregados ao trabalho presencial.

"Apesar dos riscos de contaminação do coronavirus continuar no Brasil e no mundo, inclusive com uma nova cepa, a direção do BB chamou todos que estão trabalhando em home office para retornar ao trabalho presencial, inclusive os portadores de comorbidades, que fazem parte do grupo de risco. Isto sem parecer do médico que assiste o bancário e sem negociação com a representação dos trabalhadores", protestou Carlos Alberto Oliveira, diretor do Sindicato e funcionário do Banco do Brasil.

Nos últimos anos, tanto a Caixa quanto o Banco do Brasil vêm sofrendo com a redução de pessoal, fechamento de agências e a venda de áreas importantes e altamente lucrativas para a iniciativa privada, o que prejudica o atendimento diário à população, mas sobretudo a atuação dos bancos como um todo.

Em janeiro de 2021, a atual gestão do Banco do Brasil deu início a mais um plano de desmonte do Banco do Brasil, chamado de "reestruturação", que promete o fechamento de mais de 360 unidades, desligamento de 7 mil funcionários e venda de subsidiárias. Em relação à Caixa, o governo articula a privatização das loterias e quer abrir o capital do banco. Paralelo ao desmonte, os trabalhadores que continuam nos bancos são submetidos à sobrecarga de trabalho e a metas abusivas.

O foco central das manifestações nesta terça-feira foi a falta de condições de trabalho. Na Caixa Econômica, o Sindicato e os trabalhadores chamaram a atenção para o assédio institucional, o combate às metas abusivas e o sucateamento do banco, mesmo após ele ter mostrado sua grande importância para o país durante a pandemia e em momentos de crise.

No Banco do Brasil, o movimento também reivindicou melhores condições de trabalho, o fim das metas abusivas e mais contratações.

Redes sociais

Além da mobilização nas ruas e nas agências da Caixa e do BB, houve um tuitaço às 11 horas deste dia 7, com a hashtag #ProcuramosNoBBeCaixa. O tuitaço denunciou a falta de condições de trabalho nos maiores bancos públicos do país. A ideia foi mostrar que o respeito e a valorização dos trabalhadores são cada vez mais raras nos bancos públicos, assim como está ficando raro encontrar empregados para realizar o atendimento que a população merece.

Cartas à população

Os bancários e bancárias da Caixa e do Banco do Brasil prepararam, ainda, cartas abertas direcionadas para a população. "A reestruturação, em andamento desde o início do ano, reduziu significativamente o número de funcionários e de unidades, sobrecarregando de trabalho os funcionários. O banco precisa reverter este cenário, em benefício do melhor atendimento, diminuição das filas e da aglomeração que aumenta o risco de contágio por Covid-19", diz um trecho da carta aberta dos funcionários do BB.

"A população sempre teve na Caixa o apoio para o recebimento dos benefícios dos programas sociais do governo. O atendimento à população infelizmente é precário. A verdade é que isso não é culpa dos empregados. Um verdadeiro desmonte do banco está acontecendo e sendo promovido pelo governo Bolsonaro e pelos gestores do banco indicados pelo governo", afirma um trecho da carta aberta dos empregados da Caixa.

Leia a íntegra das cartas abertas e ajude a denunciar a situação apontadas por elas.

Carta aberta dos funcionários do BB

Carta aberta dos empregados da Caixa

 

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