Volta ao trabalho presencial dos grupos de risco é preocupante

Comando Nacional dos Bancários discute a questão nesta segunda-feira (29) com a Fenaban

Alguns bancos estão exigindo que colegas de grupo de risco, com comorbidades, voltem ao trabalho presencial, apesar dos riscos com a pandemia da Covid-19. A volta de bancárias e bancários desses grupos de risco preocupa a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que defende a revisão dessas medidas. A volta ao trabalho presencial dos grupos de risco será tema de discussão nesta segunda-feira (29/11) em reunião  do Comando Nacional dos Bancários com a Comissão Nacional de Negociações da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

"Não podemos concordar com tais posturas. Defendemos que, mediante atestado por seu médico assistente, os bancos mantenham ou coloquem os bancários em home office. A pandemia não acabou, ainda temos muita gente contaminada e mortes, o que não pode ser banalizado. Sabemos que, graças à vacinação, diminuiu o número de casos graves e mortes. Mas a vacina não evita de se contaminar e contaminar outras pessoas. Quem tem uma comorbidade severa corre o risco de ter complicações graves", alerta o secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Mauro Salles.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Alagoas, Márcio dos Anjos, que integra o Comando Nacional da categoria, cita que a nova variante do coronavirus descoberta na África, a ômicron, é mais um indicativo de que a pandemia não acabou , e que não existe um controle cem por cento seguro da doença. Sem falar do aumento de casos de covid-19 em vários países da Europa. "Expor as pessoas do grupo de risco em meio a essas situações, sem aval científico e médico, é jogá-las a própria sorte", afirmou.

No início da pandemia, em 2020, uma das primeiras medidas adotadas na categoria foi proteger os grupos de risco. "Por que mudar essa postura agora? Sabemos que os bancos conseguiram continuar operando com a maioria dos empregados trabalhando em casa. Os bancos têm responsabilidades com a saúde e vida de seus funcionários. Essas medidas desnecessárias adotadas por alguns bancos precisam ser revistas. Chamar quem tem comorbidade é colocar a vida de muitos colegas em risco", afirma o secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT.

Nova onda

Sobre a nova onda de infecções e mortes causadas pela Covid-19 nos Países da Europa e da Ásia Central, dados indicam que eles foram responsáveis por cerca de 60% dos novos casos da doença e metade das mortes nas últimas semanas, de acordo com levantamento descrito pela Fiocruz. Técnicos da Fundação orientam que seja possibilitada a permanência do trabalho em casa para os grupos de risco.

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom, manifestou preocupação com a falta de cuidados para a prevenção da doença. "As vacinas salvam vidas, mas não evitam totalmente a transmissão da Covid-19. Estamos preocupados, em muitos países e comunidades, com a falsa sensação de segurança de que as vacinas acabaram com a pandemia da Covid-19 e que os vacinados não precisam tomar quaisquer outros cuidados", afirmou o diretor-geral da OMS.

"Por tudo isto, vamos cobrar da Fenaban que exija dos bancos uma postura de cautela no retorno ao trabalho presencial, de maneira a respeitar a condição adversa dos que integram os grupos de risco. Os bancos precisam ouvir o movimento sindical e certificar-se com os médicos se podem ou não chamar o empregado", conclui Márcio dos Anjos.

 

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