Médico que não se protege da Covid é recusado por funcionários do BNB
Sem tomar as vacinas e usando máscara incorretamente, profissional foi fazer exame periódico nos empregados
Parece brincadeira, mas é verdade. Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), que atuam na Central de Negócios do Pronaf, foram surpreendidos nesta quinta-feira (21/10) com a visita de um médico que não se protege da Covid-19. Além de usar incorretamente a máscara, exigida de todos os empregados, o profissional ainda confessou não ter tomado as vacinas contra a doença, alegando que não acredita nos imunizantes.
O pior de tudo é que o referido médico, que colocou em risco a saúde dos que estavam presentes, foi à Central de Negócios fazer o exame periódico nos funcionários, que é uma exigência da legislação trabalhista. Ou seja, foi para uma missão preventiva e de diagnóstico, mas pode ter levado consigo, ironicamente, o vírus mortal da Covid-19.
Devido ao espírito precavido dos funcionários, que questionaram a situação de pronto, a omissão e a irresponsabilidade do médico foram descobertas no início do atendimento, permitindo que um diretor do Sindicato e vários colegas da Central de Negócios o convidasse a deixar o prédio. "Nós, funcionários, somos cobrados diariamente para seguir os procedimentos contra a Covid-19, e o banco está corretíssimo. Agora, chegar um médico, dizer que não tomou vacinas e querer nos consultar, é o cúmulo do absurdo", disse Yury Guttemberg, o dirigente do Sindicato que estava presente.
Considerando a gravidade do ocorrido, o Sindicato já denunciou o caso ao Conselho Regional de Medicina e ao Ministério Público do Trabalho. "Isto é algo que não pode acontecer e esperamos que não se repita", disse o presidente do Sindicato, Márcio dos Anjos, que integra o Comando Nacional dos Bancários.
Hoje mesmo, o Sindicato foi informado pelo banco que o referido médico foi afastado, deixando de realizar o exame periódico nos empregados.
O Sindicato parabeniza a atitude dos bancários e das bancárias da Central de Negócios, que questionaram o médico e se recusaram a ser atendidos por ele, colocando-o para fora do ambiente. "Foi uma demonstração de altivez e bom senso, que endossamos profundamente. Os colegas não só protegeram a saúde uns dos outros, defendendo a sanidade do local de trabalho, como fizeram valer os protocolos do banco, que se baseiam em pesquisas, estudos e conclusões científicas", disse Thyago Miranda, diretor do Sindicato e funcionário do BNB.
O diretor Alexandre Timóteo, que integra a Comissão Nacional dos Funcionários do BNB, disse que este caso deve servir de exemplo para todas as unidades do banco e instituições financeiras, alertando as pessoas - funcionários, clientes, terceirizados, conveniados - para que usem a máscara corretamente, além dos outros equipamentos de proteção individual. "É fundamental ainda que todos se vacinem, que cumpram os protocolos de prevenção, porque o vírus ainda está circulando e a doença não foi completamente controlada", enfatizou.