Santander voltará a abrir agências até às 16h

Mais uma vez, banco toma uma medida sem negociar com a representação dos trabalhadores

O banco Santander comunicou clientes que, a partir de segunda-feira (4/10), suas "lojas" voltarão a atender o público até às 16h. Os gestores foram orientados ontem (30/09) a afixar cartazes informando a alteração do horário, que volta a ser o mesmo de antes da pandemia: das 9h às 10h para atendimento exclusivo para o público prioritário e das 10h às 16h para o público em geral.

"Lamentamos que, mais uma vez, o banco tome uma medida que tem consequências diretas no dia a dia de trabalho sem negociar com a representação dos trabalhadores, em desrespeito ao que determina o acordo coletivo que o banco tem firmado com o movimento sindical", criticou o coordenador interino da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Mario Raia.

O diretor do Sindicato José Aragão, que também integra a Comissão de Organização dos Empregados, reforçou o protesto de Mario Raia, lembrando que o Comitê de Relações Trabalhistas, previsto na cláusula 35 do Acordo Coletivo de Trabalho, em seu parágrafo primeiro, define que as demandas do Santander e dos empregados, quando não tratem de questões econômicas e de interesse local dos sindicatos, deverão ser encaminhadas através do Comitê. "Mais uma vez, o banco age descumprindo o que está acordado", lamentou.

Pioneiro

A volta da abertura das agências até às 16h era uma pauta que estava sendo debatida entre os bancos que fazem parte da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), mas não houve consenso e o encaminhamento foi de que a medida seria tomada de forma individual.

"O Santander, como sempre, é o pioneiro entre os bancos nestas questões que podem causar algum dano aos trabalhadores. O banco não tem medo de mostrar que não se importa com o que possa acontecer com seus funcionários. A única coisa que importa é o lucro", disse Mario Raia.

Uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) avaliou as condições de teletrabalho da categoria após mais de um ano de duração dessa modalidade neste período de pandemia de Covid-19. Mais de 13 mil bancárias e bancários responderam ao questionário e feitos vários recortes na pesquisa, que aponta maior incidência de diagnóstico positivo de Covid-19 (38%) entre os que permaneceram no trabalho presencial do que entre aqueles que passaram a modalidade em home office (23%). Chamou a atenção o fato de que o banco que menos colocou trabalhadores em teletrabalho foi o que mais teve registros de contaminação.

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