Bancários cobram dos bancos que defendam inclusão da categoria na vacina

Para Contraf e Sindicato, banqueiros tem que defender inclusão dos trabalhadores na lista de prioridade

O sistema financeiro mantém relação próxima ao presidente Bolsonaro, mas se esquece de defender que a categoria bancária seja incluída na lista de prioridades para a vacinação contra a Covid-19.

"Os representantes dos bancos vão jantar, fazem lives com o Bolsonaro, na quais discutem a venda de empresas públicas, inclusive dos bancos públicos, tratam de assuntos do interesse deles como essa reforma tributária e a administrativa, para acabar com a estabilidade dos servidores e funcionários das empresas públicas, mas não tratam de priorizar a categoria bancária para tomar a vacina", criticou a presidenta da Contraf-CUT e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.

O presidente do Sindicato, Márcio dos Anjos, que também integra o Comando Nacional, lembra que as entidades representativas dos bancários têm trabalhado intensamente para convencer os governos - federal, estadual e municipal - sobre a necessidade de incluir a categoria na lista de prioridade da vacina, mas não encontram o apoio dos bancos, que deveriam ser defensores da reivindicação. "Enquanto a gente se desdobra nesta luta, que diz respeito também ao Sistema Financeiro, os banqueiros se omitem, demonstrando o descaso que têm com a saúde dos trabalhadores", protestou.

Atividade essencial

A atividade bancária é considerada essencial nos termos do Decreto n° 10.282 de 20 de março de 2020, alterado pelo Decreto n° 10.329 de 28 de abril de 2020, que regulamenta a Lei n° 13.979 de 6 de fevereiro de 2020 e tem por finalidade atender às demandas de todos os clientes, usuários dos serviços e de toda a sociedade, inclusive dos beneficiários das políticas públicas vigentes, como o auxílio emergencial.

"Bancárias e bancários estão na linha de frente no atendimento à população. Prestamos um serviço essencial que não é reconhecido nem pelos bancos e nem pelo governo. Temos várias categorias na lista de prioridade e a nossa categoria ainda não está incluída. A gente vê bancárias e bancários morrendo. É muito triste", lamentou Juvandia Moreira.

Ofício

A Contraf-CUT e os sindicatos enviaram ofício ao Ministério da Saúde solicitando a inclusão da categoria no Plano Nacional de Imunização contra o coronavírus. No documento, as entidades destacam que a atividade bancária "se mantém ativa e em funcionamento em todo o território brasileiro e a categoria bancária vem prestando o serviço com a máxima eficiência", inclusive na "execução de políticas públicas de caráter social". Vários sindicatos e federações já disponibilizaram para suas bases um abaixo-assinado virtual que cobra a inclusão da categoria bancária no grupo prioritário para a imunização.

Vacina para todos já

A defesa da inclusão da categoria não exclui a defesa de vacina para todos já, reivindicação atual, diante do atraso na aplicação da vacina. "Defendemos vacina para todos e que os serviços essenciais, como o dos bancários, que tem possibilidade de transmissão do vírus pela característica da atividade econômica, sejam incluídos como prioridade no Plano Nacional de Imunização", explicou o secretário da Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Mauro Salles. 

As entidades também têm cobrado dos bancos dados sobre número de infectados, óbitos na categoria e sobre sequelas decorrentes da doença. Também têm reivindicado informações sobre programas de testagens nas instituições bancárias, bem como o cumprimento dos protocolos de proteção à doença. "Vamos cobrar os dados para exigirmos do governo justiça no plano de vacinação, com a inclusão das categorias essenciais na lista", completou Juvandia.

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