
Caixa se transforma em bolsão da Covid-19. Bolsonaro e Pedro Guimarães são os culpados
Cresce em todo o país o número de bancários da Caixa Econômica Federal contagiados pelo novo coranavírus. E, coincidentemente ou não, aumenta exponencialmente o número de pessoas com a Covid-19 nas camadas mais pobres da população, sobretudo da periferia. Para o Sindicato, não é preciso estudo científico para concluir que as filas desordenadas e as aglomerações, em busca do Auxílio Emergencial, têm contribuído substancialmente para isto.
E daí? Pode perguntar quem nos lê, parafraseando o Bolsonaro.
Daí que... nada ocorre por acaso. As aglomerações, a não observância do distanciamento social e a suavização das medidas protetivas recomendadas pelos médicos e a comunidade científica, fazem parte do discurso do presidente desde a chegada do vírus no Brasil. Impedido pela Constituição e o Supremo Tribunal Federal (STF) de abrir o país e o comércio por decreto, Bolsonaro viu na Caixa Econômica um instrumento ideal para fazer valer seu intento.
A manipulação do banco público não se dá pelo fato de propiciar a milhões de brasileiros ajuda financeira durante a pandemia, o que é extremamente justo e importante. Mas se dá pela maneira equivocada, não descentralizada e sem planejamento que o governo adotou para tal missão, o que tem transformado a Caixa em grande zona de risco para a contaminação, seja dos funcionários, seja da população.
Infectar logo todo mundo - para que se crie uma suposta imunidade e o capitalismo volte a expandir o seu lucro - já foi defendido publicamente por Bolsonaro. Daí sua indiferença com a situação de risco na Caixa, suas orientações inadequadas para que se faça o atendimento em massa, e a mínima preocupação com a vida dos usuários e funcionários.
Responsável, em grande parte, pelo aumento das contaminações e mortes pelo coronavirus, inclusive dos bancários, especialmente na Caixa, Bolsonaro não é o único. Pedro Guimarães, que 'comanda' o banco público, tem uma parcela grande de culpa, seja por aceitar e implantar procedimentos de risco, seja por se omitir diante de situações inadequadas.
Antes mesmo da Organização Mundial de Saúde decretar a situação de pandemia, e do Brasil decretar o Estado de Calamidade Pública, o Sindicato e o Comando Nacional dos Bancários têm discutido e negociado com os bancos, isoladamente e na mesa da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), medidas que protejam a saúde dos bancários, clientes e usuários, e que dificultem a propagação do coronavírus dentro e no entorno das agências bancárias. Assim foi, também, com a Caixa Econômica.
Ocorre que, uma das principais reivindicações dos empregados da Caixa, que é o atendimento presencial agendado, não existe nas unidades, e crescem as pressões e assédio moral de chefes para que funcionários cumpram metas ou retornem logo ao banco.
É um conjunto de erros e arbitrariedades que transformaram a Caixa em um bolsão da Covid-19. Um bolsão do Bolsonaro.