“;No geral, o movimento sindical ainda não entendeu o papel da mídia, ainda dá tratamento rebaixado à comunicação dentro da sua estrutura organizacional. A comunicação é vista como gasto, mas comunicação é investimento, deve ser o principal investimento do sindicato”;, alertou Altamiro Borges.
O blogueiro explicou que é preciso entender a linguagem da internet para alcançar a todos e que a comunicação precisa ser vista como uma área de grande poder político. “; A juventude não quer discurso de presidente, não dá bola para isso, mas quer memes, vídeos e compartilha o material. É necessário investir em todos os seguimentos de comunicação. Até hoje, o movimento sindical não se apropriou das rádios e tvs comunitárias, as quais têm um imenso poder de informação em várias partes do país”;, ressaltou.
Oligopólio midiático é protagonista do golpe
Altamiro descreveu que o golpe no Brasil só foi possível porque o presidente ilegítimo Michel Temer contou com o apoio do oligopólio midiático, que concentra 80% da comunicação nas mãos de sete famílias no Brasil.
“;A mídia que fazia terrorismo durante o governo Dilma, passou a divulgar otimismo da economia, de repente mudou tudo. Junto com um Congresso Nacional totalmente corrompido e corrupto, Temer conseguiu aprovar um projeto que congela o Brasil por 20 anos e pode aprovar a terceirização ainda hoje. É um desmonte”;.
A mídia internacional fez uma cobertura bem melhor do impeachment que a brasileira, explicou o Blogueiro, ao destacar que os jornais estrangeiros se surpreenderam como as pedaladas fiscais como motivo de afastamento da presidenta Dilma, medida presente também na administração de outros países
“;Quem promoveu o golpe são os maiores ladrões brasileiros. A pedalada serviu para enganar a população, mas a sociedade já está se dano conta da patifaria”;, disse.
Ponto fraco de Temer
Para Altamiro, o objetivo do golpe foi instalar o projeto que perdeu nas urnas. “;Dentro do pacote está a aposentadoria aos 65 anos, já que fica difícil vender isso nas eleições, está o fim da CLT e a venda do Pré-sal. Mas tudo começa a ficar mais claro para uma grande parcela da sociedade. A ficha está caindo”;.
O jornalista explicou que a crise econômica é o grande ponto fraco de Temer. Apresentou um panorama de vários setores econômicos que estão amargando prejuízos com o governo ilegítimo, como o de veículos. Mais de mil concessionárias fecharam as portas em São Paulo
A reforma da previdência também não é vista com bons olhos pela burguesia, explicou, “;o fim da aposentadoria destrói a economia dos pequenos municípios. No ramo de petróleo, as empresas estrangeiras estão começando a tomar conta do mercado, e muitos setores brasileiros estão vendo que foram traídos. Já já a burguesia vai começar a visitar o Instituto Lula”;, disse ao arrancar risos dos participantes do Seminário. Mas completou, “;temos que saber explorar esta contradição do inimigo. Esse covil começa a dar problema, uma briga de mafiosos para dividir o produto”;.
O blogueiro chamou a atenção para as operações da Lava Jato, que num primeiro momento tinham o objetivo claro de derrubar Dilma e matar politicamente o ex-presidente Lula, mas que começaram a bater diretamente nos articuladores do golpe, com o vazamento de novas denúncias. “;Eles estão desesperados. Muitas denúncias envolvendo Geddel Vieira Lima, Eliseu Padilha, Moreira Franco e Romero Jucá são fogo amigo, fruto da briga entre eles”;, disse.
Enfrentamento
Altamiro destacou que o enfrentamento neste momento de tantos ataques à classe trabalhadora requer maior unidade, sendo que o partidarismo deve ser esquecido. Afirmou que é preciso construir uma frente de batalha para a eleição de 2018, com foco na crise econômica causada por Temer.
“;Temos que disputar a hegemonia no campo das ideias. Tivemos uma grande derrota na batalha ideológica, com a grande mídia alçando Sergio Moro a herói nacional, sem o oligopólio midiático ele não existiria. A bancada da bala e a bancada da bíblia crescem no congresso, com a força também da mídia e elegeram figuras como Marco Feliciano”;.
Para o jornalista, a CUT e demais centrais sindicais estão mais atentas à comunicação para virar o jogo, mas o investimento necessita ser maior.
“;Precisamos dar outro tratamento para a comunicação em no nosso do campo. O celular pode ser nossa metralhadora”;, concluiu Altamiro Borges.