A resistência armada contra a ditadura militar

Antes de 1964, Leonel Brizola já defendia a resistência armada contra o golpe que depôs João Goulart. Foi criado o Movimento Nacionalista Revolucionário e iniciaram-se contatos com guerrilheiros cubanos. A partir do movimento, formou-se uma guerrilha para atuar na Serra do Caparaó, em Minas Gerais, entre 1966 e 1967. O movimento, que contou com o apoio financeiro de Fidel Castro, não obteve sucesso.
A Aliança Libertadora Nacional, dissidência do Partido Comunista Brasileiro (PCB), liderada por Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira realizou um dos principais feitos em conjunto com o Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8): o sequestro do embaixador norte-americano Charles Ewbrick, em 1969. Em nenhum lugar do mundo um embaixador dos EUA havia sido sequestrado. Essa façanha possibilitou aos guerrilheiros negociar a libertação de quinze prisioneiros políticos. Outro embaixador sequestrado foi o alemão-ocidental Ehrefried Von Hollebem, que resultou na soltura de quarenta presos.
Em 1969, Carlos Marighella foi morto por forças policiais na cidade de São Paulo. As informações sobre seu paradeiro foram conseguidas também através de torturas.
Outros grupos armados também ganharam destaque, como a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), cujo principal nome foi o de Carlos Lamarca. A VPR realizou ações no Vale do Ribeira, em São Paulo, mas teve que enfrentar a perseguição militar na região. Lamarca conseguiu fugir para o Nordeste, mas acabou morto na Bahia, em 1971.
O último foco a ser desmantelado foi a Guerrilha do Araguaia. Desde 1967, militantes do PCdoB (Partido Comunista do Brasil) dirigiram-se para região do Bico do Papagaio, entre os rios Araguaia e Tocantins, onde passaram a travar contato com os camponeses da região, ensinando a eles cuidados médicos e auxiliando-os na lavoura.
As Forças Armadas passaram a perseguir os guerrilheiros do Araguaia em 1972, quando descobriu a ação do grupo. O desmantelamento ocorreria apenas em 1975, quando uma força especial de paraquedistas foi enviada à região, acabando com a Guerrilha do Araguaia.
Bancários na luta
Bancários do movimento sindical também participaram de movimentos revolucionários de esquerda que tentaram derrubar o regime militar. O ex-presidente do Sindicato do Rio, Aluisio Palhano, assassinado pela ditadura, participou da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), organização formada em 1966 a partir da união dos dissidentes da organização Política Operária (POLOP) com militares remanescentes do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR).

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