
Sindicato derruba interdito do Bradesco. Greve volta a ser em todos os bancos
As mentiras e armações do Bradesco para enganar a Justiça do Trabalho e conseguir o interdito proibitório na greve dos bancários em Alagoas foram desmascaradas na tarde de ontem (1º/10). Atendendo recurso do Sindicato, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) derrubou a liminar de primeira instância que concedia interdito ao banco e que já durava dois dias.
A decisão foi da desembargadora Eliana Aroxa Pereira Barbosa, a mesma que derrubou o interdito do Santander. De acordo com a magistrada, não ficaram comprovados, no pedido de interdito do Bradesco, os alegados excessos praticados pelo Sindicato durante as manifestações da greve. “;Os documentos por ele juntados não comprovam que tenham os grevistas praticado qualquer ato que pudessem violar ou constranger os direitos e garantias fundamentais de outrem”;, diz ela em seu despacho.
Antes do Bradesco conseguir o interdito proibitório em primeira instância, o Sindicato já denunciava que o diretor regional do banco, Sr. Geraldo, e o gerente regional, Sr. Valério, estavam tentando armar tumultos e confusões na porta das agências para registrar e apresentar a Justiça. Para tanto, pressionaram gerentes das unidades para que convocassem os funcionários para o trabalho e para que enfrentassem as comissões de convencimento da greve.
O Bradesco usou até uma servidora de cartório para montar um flagrante. Em certidão apresentada ao juiz de primeiro grau, a funcionária do cartório diz ter ido a duas unidades do banco e ter sido barrada pelos grevistas. O documento e o depoimento da mesma não foram aceitos pela desembargadora Eliana Barbosa, que estranhou o fato da auxiliar do cartório estar em dois locais praticamente ao mesmo tempo. “;A menos que se lhe credite o dom da ubiquidade, tais assertivas não se mostram possíveis”;, observou a magistrada.
Este é o quarto interdito proibitório derrubado pelo Sindicato no TRT. Nos últimos dias também caíram os interditos do Itaú, Santander e Banco do Brasil. Com isto, a greve em Alagoas se fortalece ainda mais, contribuindo para ampliar o movimento paredista em âmbito nacional e aumentar a pressão para que a Fenaban e os bancos públicos retomem as negociações.
Fonte: Seec-AL