Após cobrança do Sindicato, Caixa reforça medidas de proteção

Banco promete afastar empregados do grupo de risco; Sindicato quer mais

Depois de intensa cobrança do Sindicato, do Comando Nacional dos Bancários e da Comissão de Empresa dos Empregados, a Caixa Econômica Federal decidiu ampliar as medidas de para proteger a saúde dos bancários e clientes durante a pandemia de coronavírus. Uma delas é afastar ou colocar em trabalho remoto as pessoas do grupo de risco. Para isto, independe a avaliação ou a decisão da chefia.

"É um avanço, porque além de se tornar uma regra, vai proteger com mais segurança o trabalhador, tirando também a responsabilidade de avaliação do gestor", observa Ismael Monteiro, diretor do Sindicato e membro da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE-Caixa). O dirigente lamenta, entretanto, a exigência da empresa para que o empregado do grupo de risco apresente um relatório médico, o que o obriga a procurar uma unidade de saúde, aumentando o risco de se contaminar.

"Estamos cobrando da Caixa que aceite uma autodeclaração do empregado, com prazo de 30 dias para comprovação médica", explicou.

Casos confirmados e suspeitos

Um outro avanço nas medidas anunciadas pela Caixa diz respeito aos casos de suspeita ou de confirmação de contaminação pelo coronavírus. Com atestado  [B 34.2 e B 97.2] será acionado o protocolo. Antes da cobrança do Sindicato, o protocolo era acionado apenas em casos de confirmação. Então, com o exame ficando pronto entre 4 e 7 dias, o tempo de exposição de bancários e clientes ao vírus era maior.

O protocolo para casos suspeitos e confirmados determina: afastamento imediato do empregado; notificação da área de pessoas e superior hierárquico, avaliando as providências necessárias para fechamento da unidade e direcionamento da equipe para projeto remoto; comunicar a equipe; quarentena inicial de 5 dias, podendo se estender para 14 dias; liberação de toda a equipe para projeto remoto; utilização de notebook Caixa ou, se o empregado não possuir, é permitido uso de equipamento pessoal; agendamento com a logística da higienização da unidade.

Já para os casos em que empregados possuam sintomas, mas sem atestado, fica determinado: afastar ou priorizar no projeto remoto empregados gripados, tossindo, com coriza, febre ou dor de garganta, juntamente com o grupo de risco.

Metas

Uma das principais cobranças do Sindicato e do Comando Nacional era para que a direção da Caixa suspendesse as cobranças por metas durante a crise sanitária do coronavírus. Após a insistência na reivindicação, e vários relatos sobre pressão e assédio moral vindo das unidades, o banco suspendeu a cobrança dessas metas.

Licença prêmio

A direção da Caixa também liberou a utilização da licença-prêmio, além da APIP e antecipação de férias, para afastamento de empregados.

Subnotificação

Parte dos empregados que procuraram o médico foram diagnosticados clinicamente com coronavírus, mas no atestado é informada crise respiratória grave, encaminhando o trabalhador para quarentena de 14 dias. O Sindicato cobra que nesses casos também sejam acionado o mesmo protocolo dos atestados B 34.2 e B 97.2, com fechamento e higienização da agência; todos os empregados em quarentena mínima de 5 dias, extensiva por mais 14 dias; e a agência só pode abrir com outra equipe.

"Nesses casos de suspeita, o protocolo só está sendo adotado quando o Sindicato vai até a agência, mas é necessário que seja estabelecido como procedimento padrão", avalia Dionísio Reis, coordenador da CEE-Caixa.

Atingidos por medidas restritivas 

O Sindicato também cobra da Caixa o afastamento de empregados atingidos por medidas restritivas como, por exemplo, pais e mães cuja a escola dos filhos está fechada.

Insumos

O coordenador da CEE/Caixa denuncia que, ao invés de centralizar a compra, a direção da Caixa colocou sob responsabilidade dos gestores a dotação para compra de insumos como, por exemplo, álcool gel. "A Caixa, enquanto uma empresa continental, deveria centralizar essa compra e providencias a distribuição, uma vez que existe grande dificuldade para encontrar estes produtos", avalia.

Contigenciamento

A Caixa divulgou que o acesso às agências será controlado, antecipando a abertura em uma hora de algumas unidades selecionadas para atendimento de clientes em grupo de risco. A agência só poderá ser ocupada até a metade dos assentos disponíveis, de forma que se mantenha pelo menos um metro de distância entre as pessoas. Empregados, utilizando máscaras e luvas, gerenciarão o fluxo de clientes ao lado de fora das agências, evitando aglomerações. A entrada na área de autoatendimento será limitada a um cliente por máquina.

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