Sindicato repudia assédio moral em comunicado do Santander

O Sindicato repudia de forma veemente o recente comunicado do presidente do Santander, Sérgio Rial, para os seus funcionários, no qual, 'vestido em pele de cordeiro', busca pressionar e ameaçar os trabalhadores, exigindo deles mais produção, qualificação e cumprimento de metas. Como se não bastasse a demissão de vários bancários em 2019 porque não possuíam a CPA 10, o banco agora está exigindo a CPA 20, e mandou um recado para os pobres mortais: "ninguém pode ficar para trás".

Tratando os funcionários de "irmãos e Irmãs", numa trágica e perversa ironia, o banco que lucrou R$ 14,5 bilhões no ano passado - com um crescimento de 17,4% - acha que teve desempenho ruim. Aí está exigindo que cada bancário se desdobre ainda mais, que crie suas metas além das metas abusivas impostas pela empresa, e que vendam muitos consórcios e cartões. Loja que não vender cartão de crédito e gerente que não vender consórcio, insinua o presidente do banco, não terá lugar nessa "nova gestão".

"O comunicado do banco é puro assédio moral. Ao invés de incentivar, como a direção argumenta, fragiliza ainda mais os trabalhadores, que já enfrentam quadros graves de ansiedade e pânico. O que o Santander pede não é empenho e desempenho, mas o sangue dos empregados, que já fazem de tudo para que o lucro da empresa cresça exponencialmente, ano a ano", observa José Aragão, diretor do Sindicato e funcionário do Santander.

A queda na Selic, citada no comunicado, serve de pretexto para Rial impor metas cada vez mais abusivas para os trabalhadores. Mas o mesmo argumento não vale para o banco reduzir seus juros e tarifas, que estão muito além da referida taxa.

A mesma Selic foi utilizada como argumento para congelar contratações e promoções de funcionários até abril. Enquanto as ameaças e demissões seguem a todo vapor, aumenta a sobrecarga de trabalho, com o adoecimento cada vez maior dos trabalhadores.

O Sindicato reforça junto aos bancários do Santander para que, após esse comunicado do banco, caso haja novas práticas de assédio, denunciem para a entidade, seja em sua sede, seja através dos canais de comunicação (site, e-mail, whatsApp). O sigilo é garantido.

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