Sindicato intensifica nas agências mobilização contra a MP 905

Diretores do Sindicato retomaram nesta segunda-feira (25/11) a mobilização da categoria bancária contra a MP 905, que altera 150 dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), entre elas a jornada de trabalho dos bancários. Os dirigentes, que paralisaram na última sexta-feira (22) as agências bancárias da Rua do Sol, além do BNB Centro, estiveram desta vez no interior dos bancos, dialogando com os trabalhadores e convocando-os para reagir à Medida Provisória.

"Estamos alertando e preparando o pessoal para um forte movimento, que pode ser, inclusive, a greve", disse o diretor de comunicação do Sindicato, Juan Gonzalez. Tudo vai depender da negociação desta terça-feira (26) entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), onde a categoria exigirá um aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que impeça os efeitos da MP.

Nas atividades de mobilização desta segunda-feira, o Sindicato distribuiu um informativo urgente com os bancários, no qual detalha os dispositivos da MP 905 que afetam diretamente a categoria. Além de aumentar a jornada de trabalho, que passa de 6 para 8 horas, a Medida Provisória libera os bancos para funcionar aos sábados, domingos e feriados, além de dar poder às instituições financeiras para estabelecer, sozinhas, como será a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) dos empregados.

Redução de direitos

O aumento da jornada dos bancários de 30 horas para 44 horas semanais, com a liberação do trabalho aos sábados, é apenas um dos problemas da MP. A verdade é que ela prejudica trabalhadores de todas as categorias para beneficiar os empregadores. É uma verdadeira 'bolsa-patrão'.

Entre os direitos que são atacados está o FGTS. A MP reduz a porcentagem que o empregador tem que depositar na conta do trabalhador de 8% para 2%. Além disso, reduz, no caso de demissão, a indenização a ser paga sobre o saldo do FGTS, passando de 40% para 20%.

Outro ataque é sobre o descanso semanal remunerado. A MP permite que trabalhadores do comércio e de serviços tenham direito a apenas uma folga aos domingos a cada quatro semanas. No caso dos trabalhadores do setor industrial, a folga aos domingos somente virá a cada sete semanas. Os empregadores não precisarão pagar em dobro pelo dia de trabalho aos domingos. Basta conceder uma folga em qualquer outro dia.

A mobilização dos bancários contra a MP 905 tem abrangência nacional e prosseguirá amanhã (26) na maioria dos estados. As atividades visam pressionar a Fenaban durante a rodada de negociação.

Clique aqui para ver fotos da mobilização desta segunda-feira em Maceió

Seec-AL

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