Sindicato paralisa bancos contra a MP 905

Quinta foi de luta e de recado para a Fenaban: se jornada de trabalho aumentar, categoria vai radicalizar

Em dia nacional de luta contra a Medida Provisória 905, que altera, entre outras coisas, a jornada de trabalho dos bancários, o Sindicato paralisou na manhã desta quinta-feira (21/11) todas as agências bancárias da Rua do Sol, principal corredor financeiro de Maceió. O movimento foi estendido à agência central do Banco do Nordeste (BNB), onde funciona a Superintendência.

O protesto é o primeiro de uma série de manifestações que acontecerá até terça-feira (26/11), quando o Comando Nacional dos Bancários sentará com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para discutir a MP.

"Foi apenas um recado. Ou os bancos negociam a suspensão da Medida Provisória por tempo indeterminado, ou vão ter de enfrentar uma campanha nacional dos bancários extraordinária, com todos os seus reflexos, inclusive uma greve", disse o presidente do Sindicato, Márcio dos Anjos, que integra o Comando Nacional dos Bancários.

Como já é do conhecimento da maioria dos bancários, a MP 905, que também implantou o Programa de Emprego Verde Amarelo (com menos direitos e menores salários), aumenta a jornada de trabalho da categoria de seis para oito horas, estabelece o trabalho aos sábados, permite a abertura dos bancos aos domingos e feriados, e deixa que a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) seja estabelecida unilateralmente pelas empresas, sem a necessidade de constar na Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho.

"São pontos que foram elaborados e levados pelos bancos ao governo, desrespeitando a Convenção e os Acordos Aditivos da categoria, que foram fechados com negociação e que estão em pleno vigor", denuncia Márcio dos Anjos. De acordo com ele, os bancos já estavam com seus sistemas internos ajustados para implantar a MP, desde o último dia 11, quando ela foi editada pelo governo Bolsonaro.

"Não fosse a eterna vigilância e mobilização das entidades representativas da categoria bancária, como a Contraf-CUT, os sindicatos e o Comando Nacional, o golpe do governo e dos banqueiros já estaria a pleno vapor", acrescenta o presidente do Seec-AL. A MP só não foi posta em prática porque as entidades exigiram e conseguiram uma reunião com a Fenaban, dia 14, oportunidade em que a aplicação da Medida foi suspensa, até a rodada de negociação de terça-feira (26/11).

Além das paralisações e manifestações desta quinta-feira, que mobilizou os bancários de norte a sul, outras atividades estão programadas, como reuniões com os bancários por local de trabalho, distribuição de informativos e outro dia nacional de luta. Tudo para pressionar os bancos a não implantar a MP 905, respeitar a Convenção e os Acordos Aditivos, além de negociar a forma de se adequar à legislação.

O Sindicato produziu um informativo sobre a MP 905. Ele se soma a outro informativo produzido pela Contraf-CUT. O material será distribuído nos bancos segunda e terça-feira, quando os diretores da entidade também estarão debatendo com a categoria. "Estamos esclarecendo e alertando os colegas sobre a gravidade do momento, e pedindo para que eles se preparem para intensificar o embate. Buscaremos resolver o problema pela via negocial, mas se não der, teremos que radicalizar", finaliza Márcio dos Anjos.

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Clique aqui para baixar em PDF o informativo do Sindicato sobre a MP 905

Clique aqui para baixar em PDF o informativo da Contraf-CUT sobre a MP 905



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