Contraf participa de Vigília Lula Livre em Curitiba

Mobilização aconteceu nos dias 12 e 13 de setembro e contou com trabalhadoras de várias categorias

As mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro e da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo participaram, mais uma vez, da Vigília Lula Livre em Curitiba (PR). A mobilização aconteceu nos dias 12 e 13 de setembro e contou com trabalhadoras de várias categorias.

Na quinta-feira (12), uma roda de conversa com Betânia Santos, coordenadora da Associação Mulheres Guerreiras, organização de Campinas que atua na defesa e proteção de profissionais do sexo feminino.  Betânia relatou casos de violência dos quais a entidade conseguiu fazer intervenção e desmistificou conceitos que, às vezes, causam confusão entre as pessoas. "Lutamos por dignidade e condições mínimas de trabalho. Com a aprovação do PL Gabriela Leite (PL 4.211/12), por exemplo, teríamos garantias para acordar questões de trabalho nos locais onde gostaríamos de atuar, evitando o cárcere privado, tráfico de pessoas e a exploração sexual, situações que acontecem hoje por ser proibida a vinculação da profissional do sexo a um local de trabalho", disse.

Com diálogo franco sobre um assunto que gera polêmica e controvérsia na sociedade, dividindo opiniões, as participantes entenderam ser necessário o aprofundamento desse debate.

Na sexta-feira (13), as atividades foram em defesa da soberania nacional e das estatais, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, que estão sendo cada vez mais atacadas pelo governo Bolsonaro. A petroleira e dirigente da CUT Paraná, Anacelie de Assis Azevedo, as bancárias do ABC e de São Paulo, Inez Galardinovic e Ana Beatriz Garbelini, falaram sobre a importância de lutar pelas empresas públicas que são responsáveis pelo desenvolvimento econômico e social, como financiamentos de habitações, agricultura familiar e investimentos em saúde e educação, por exemplo.

Nesse momento, a indígena Jovina Rehn Ga fez uma oração do povo kaingang à vigília, emocionando os presentes.

A saudação ao ex-presidente contou com a leitura de uma carta escrita pelas mulheres. "Assim como ao longo de toda história de vida e de luta do maior líder político, do maior e melhor presidente que o Brasil já teve, história está contada, recontada e registrada nas mais variadas línguas, que você, Lula, este homem sem igual, este ser iluminado, nunca esteve sozinho. O povo está contigo! Nós, mulheres, estamos contigo! E a história mostra que este eco e reciprocidade, são poucos que conseguem", diz trecho.

Antes de retornarem para São Paulo, as mulheres receberam a visita da deputada federal Gleisi Hoffmann, que também é advogada de Lula e foi agradecer em nome do ex-presidente, a presença de todas. A deputada falou ainda sobre a importância de permanecer nas ruas denunciando as mazelas do atual governo. "O nosso lado é o do povo, que está sentindo a crise que ocorre no país, com o desemprego, a baixa renda, a vida das pessoas piorou. Esse governo não tem solução para a vida econômica do povo, pois não propõe nada para aliviar a crise. Tudo o que eles propõem é reforma".

Para Elaine Cutis, secretária da Mulher da Contraf-CUT, a participação na Vigília foi muito gratificante. "As pessoas que alí estavam acreditam na inocência de Lula e Vacari, que foram presos sem provas. Nós sabemos que Lula conseguiu fazer muito em prol dos trabalhadores e esse governo atual está fazendo um retrocesso nos nossos direitos. Na vigília, somamos as nossas energias e renovamos o nosso compromisso de lutar contra os retrocessos", afirmou.

Vigília Lula Livre

A Vigília Lula Livre ocorre desde o dia 7 de abril de 2018, quando Lula foi detido pela Polícia Federal mesmo sem provas sobre sua participação em algum crime. Diariamente, os participantes realizam ações denunciando a prisão política e fazem o tradicional 'bom dia, boa tarde e boa noite, presidente', que o próprio Lula confirmou ouvir e afirmar que responde.

O local, que fica em frente à Superintendência da PF, se tornou o símbolo de luta que tem mobilizado pessoas de todo o mundo contra a prisão ilegal do ex-presidente. Formada por movimentos sociais e sindical, a vigília tem recebido a visita de diversas personalidades do campo político, jurídico, religioso e artístico. Um ambiente plural, com pessoas de todas as idades que veem em Lula a representação de todas as bandeiras de defesa dos direitos humanos e sociais - muitas vezes refletidos nos depoimentos de gratidão que cada pessoa tem em relação ao ex-presidente.

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