Ato em defesa da democracia reúne centenas em Maceió

Bancários foram à linha de frente protestar contra o golpismo

Centenas de trabalhadores, estudantes, sindicalistas e integrantes dos movimentos sociais saíram às ruas de Maceió nesta quinta-feira (11/08) para protestar contra as ameaças do presidente Jair Bolsonaro (PL) de não aceitar a derrota, caso perca as eleições. No dia de mobilização nacional em defesa da democracia e por eleições livres, realizado em quase todas as capitais, os bancários marcaram presença para se posicionar em defesa da vida e da democracia.

O Sindicato dos Bancários de Alagoas acompanhou o movimento desde o início da manhã, quando a concentração se formava na Praça do Centenário. Diretores da entidade portaram cartazes em que defendiam o estado democrático de direito. "Bolsonaro sai, Democracia fica", dizia um deles.

Após a concentração na Praça do Centenário, os manifestantes seguiram em passeata até o centro de Maceió, gritando palavras de ordem e espalhando o colorido de faixas pelas ruas. O ponto de chegada foi a antiga sede da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), onde houve pronunciamentos das lideranças sindicais e demais representantes da sociedade civil organizada.

"Todo povo brasileiro deseja que tenhamos paz, que possamos viver numa democracia, numa regra de jogo em que vença aquele que a sociedade escolher", disse Juan Gonzalez, diretor do Sindicato, destacando que Bolsonaro foi eleito diversas vezes pelas urnas eletrônicas, e que as contesta agora porque sabe que vai perder. O dirigente colocou a entidade dos bancários à disposição do movimento por eleições livres e democráticas.

Um dos momentos mais importantes do dia nacional de protestos foi a leitura da "Carta aos Brasileiros e Brasileiras em Defesa do Estado de Direito", subscrita por mais de 840 mil pessoas, de todos os segmentos e setores, desde juristas e políticos até empresários e trabalhadores. Iniciativa da Faculdade de Direito da USP, com o apoio das centrais sindicais, a carta foi lida em várias universidades do país, entre elas a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e a Universidade Estadual de Alagoas (Uneal).

"Foi um grande momento cívico, em que o povo, a sociedade e as instituições disseram não ao autoritarismo, condenando os discursos que flertam com o golpismo", destaca o presidente do Sindicato, Márcio dos Anjos. Ele avalia que o recado foi dado de forma contundente: "o Brasil não aceitará retrocesso, defenderá o estado de direito democrático com unhas e dentes, e exigirá respeito ao resultado das urnas."    

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) reitera que "a sociedade civil não vai se calar diante dos inúmeros ataques do presidente, que ao invés de preservar o sistema que o elegeu, promove agressões infundadas às instituições eleitorais e motiva setores do governo e apoiadores a destruir o processo eleitoral brasileiro, a Justiça Eleitoral, juízes e servidores, promovendo de forma inescrupulosa discursos de ódio que já resultaram em mortes por motivações políticas."

"A defesa do estado de direito é decisiva para a classe trabalhadora, para garantir suas conquistas e garantir uma vida digna com trabalho e liberdade para todos, por isso apoiamos e participamos desse movimento", disse a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.

As manifestações em defesa do estado democrático de direito vão continuar pelo país. No sábado (13/08), será a vez do movimento de mulheres sair às ruas. O ato também será contra a fome, a miséria, a reforma Trabalhista e contra a violência contra a mulher. A principal manifestação será em São Paulo, com concentração na Praça do Patriarca, mas haverá atividades também em outros estados. Em Alagoas, será em frente ao antigo Produban, em Maceió, a partir das 9h30, e na feira livre de União dos Palmares, às 8h.

 

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