Liberação dos recursos do FGTS pode afetar investimentos

A medida seria um alívio momentâneo para os trabalhadores em meio à crise que assola o país

Nos últimos dias o governo federal vem anunciando que deve liberar até 35% do saldo das contas ativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A medida pode trazer um alívio para os trabalhadores em meio à crise que assola o país, mas o sentimento seria momentâneo. O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Jair Pedro Ferreira, reforça que esvaziar o fundo afetaria diretamente nos investimentos em habitação, no financiamento imobiliário, obras de infraestrutura e saneamento.

Investimentos desse tipo impactam em áreas como a construção civil, que geram emprego, renda e crescimento econômico a médio e longo prazo. De acordo com a Caixa Econômica Federal, a Carteira de Crédito Habitacional alcançou em dezembro de 2018 R$ 444,7 bilhões, sendo que deste montante R$ 265,2 bilhões com recursos do FGTS.

Segundo Jair Pedro Ferreira, o Fundo de Garantia tem ocupa um papel estratégico no desenvolvimento do país. "Independente do direito das pessoas de sacarem seus recursos, porque é um direito e tem que ser respeitado, há uma preocupação porque as políticas do governo, até aqui, não apontam para uma saída positiva para nossa economia nem para a criação de renda e emprego. É esse o papel que o FGTS sempre cumpriu."

O Brasil tem hoje com 14 milhões de desempregados. "Hoje, pela recessão que o país atravessa, pela quantidade de pessoas desempregadas que precisam de emprego, o FGTS é uma ferramenta de impulsionamento da economia que nós não podemos perder de vista", finalizou o presidente.

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