Seminário reforça luta dos bancários em defesa dos bancos públicos

Diversos bancários da Caixa, Banco do Brasil e Banco do Nordeste participaram neste sábado (21) do 1º Seminário Alagoano em Defesa dos Bancos Públicos, que busca elucidar aspectos da política de desmonte das empresas, além de fortalecer a luta da categoria contra as reestruturações e os projetos de privatização do governo.

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O evento, aberto pelo presidente do Sindicato dos Bancários de Alagoas, Márcio dos Anjos, teve como primeiro painel uma análise de indicadores financeiros, realizada pelo técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos (Dieese), Humberto Barbosa. Ele destacou, entre outros pontos, a grande capacidade de liquidez e de competitividade dos bancos públicos, mostrando com números o bom desempenho do BB, Caixa e BNB.

"O argumento de que os bancos públicos não são competitivos e precisam mudar o tipo de gestão, é uma mentira. E querer impor a eles um perfil de banco privado, é um grande erro", disse o economista. Para Humberto Barbosa, os bancos públicos, com o perfil que têm e o papel social que desempenham, são fundamentais para a economia e a regulação do mercado financeiro. "São estratégicos. Não podem deixar de existir. Acabar com eles, além de um grande erro, é um risco sistêmico, que pode resultar em colapso financeiro e posterior recessão para o país", acrescentou.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Roberto von der Osten ressaltou a importância dos bancos públicos tomando por base a política de crédito. Segundo ele, não existe argumento mais forte para defender o BB, Caixa, BNB, BNDES e bancos estaduais do que a diferença na oferta de crédito existente entre eles e os bancos privados. "Se esses bancos públicos deixarem de existir, os privados, que já financiam muito pouco, não vão cobrir o volume de crédito que é ofertado pelos estatais", afirmou.

Roberto von der Osten fez uma explanação sobre as ações políticas e sindicais que vêm sendo desenvolvidas pelas entidades bancárias e os funcionários dos bancos públicos na defesa das instituições. Segundo ele, o enfrentamento tem sido constante, mas precisa se tornar ainda mais vigoroso. "Não se trata de defender apenas os empregados. Trata-se de defender o patrimônio público e a soberania nacional", acrescentou.

Também contribuíram para os debates e exposições no seminário o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, Wagner Nascimento, o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa, Dionísio Reis, e o coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB, Thomaz de Aquino. Eles abordaram aspectos relacionados ao processo de reestruturação em cada banco e as consequências geradas para o funcionalismo, as instituições e o país. Também foi feito um relato sobre a luta que vem sendo travada pelos trabalhadores e suas entidades para barrar a política entreguista do governo.

O presidente do Sindicato, Márcio dos Anjos considerou extremamente positivo o saldo do seminário. "Esperamos que os participantes tenham saído daqui ainda mais preparados e munidos para a luta em defesa dos bancos públicos. E que eles ajudem na disseminação desse propósito dentro do BB, da Caixa e do BNB. É uma luta que precisa ser intensificada e ganhar muita visibilidade", afirmou. 

O diretor de Formação Sindical do Seec-AL, Thyago Miranda, que trabalhou na organização do Seminário, disse que o debate sobre a defesa dos bancos públicos terá continuidade, tanto nos locais de trabalho quanto em fóruns de discussão como o deste sábado. "Nossa intenção é promover diversas atividades de formação. Este é o primeiro de vários seminários que iremos realizar. É um compromisso dessa gestão do Sindicato", enfatizou. 

 

Seec-AL 

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