Greve vence intransigência dos banqueiros e segue forte no 24º dia

No 24º dia de mobilização, 13.246 agências e 29 centros administrativos tiveram as atividades paralisadas

A greve nacional dos bancários encerrou ontem o 24º dia de mobilização com 13.246 agências e 29 centros administrativos com as atividades paralisadas. O número representa 56% das agências de todo o Brasil.

Em Alagoas, onde a adesão é superior a 85%, com 217 agências paralisadas, o Sindicato derrubou o interdito proibitório concedido ao Bradesco, retomando o quadro de greve no banco. Na segunda-feira (3) haverá assembleia geral da categoria, a partir das 18 horas, na sede do Seec-AL, para discutir a organização do movimento.

Para Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários, apesar de tudo que estão fazendo, a indignação faz a greve permanecer num patamar muito alto. "Mesmo com pequenas variações para cima e para baixo. É, sem dúvida, a maior greve da categoria, considerando o número de locais aderidos. Está na hora dos bancos ouvirem a voz da sociedade e apresentarem uma proposta que possa encerrar o conflito. Só depende deles. Nós vamos continuar lutando para defender o salário de nossas famílias."

Segundo ele, os banqueiros fracassaram na tentativa de desmobilizar a categoria.

"Tentaram deixar a greve invisível retirando os cartazes e faixas que avisavam a população sobre o conflito. Não adiantou. Solicitaram ao Judiciário interditos e arranjaram intervenções policiais para intimidar os trabalhadores. A greve continuou. Emitiram ordens para os gerentes intimarem os trabalhadores a abandonar a greve. Não tiveram êxito. E ainda não adiantou plantarem matérias tendenciosas na mídia, que eles patrocinam, enganando os clientes de que a culpa da greve é dos trabalhadores. Os clientes sabem o quanto pagam por serviços e tarifas bancárias. E sabem a quantas andam os juros. Sabem que dinheiro os banqueiros têm. Então qual será a causa desta intransigência em reajustar o salário dos empregados e encerrar a greve?"

Roberto lembra ainda que muita gente já está desconfiada de que os motivos podem não estar nas relações trabalhistas. "O real motivo pode ter conotações políticas e pode estar atendendo a pedidos de gente fora da mesa de negociação. Afinal somos a maior categoria organizada em greve neste momento. Nossas negociações vão balizar outras categorias. Pode ter dedo de gente graúda interessada em achatar o poder de compra de 500 mil famílias para promover um ajuste fiscal."

Fonte: Seec-AL com Contraf-CUT

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