Centrais cobram queda de juros e planejam agenda unificada

Em ato por emprego e fim da prioridade aos rentistas, organizações anunciam plataforma unificada para o próximo dia 26

Poucas vezes se viu tamanha crise de produção em regiões industriais como o ABC paulista e a quebra de tantas empresas em outros estados brasileiros. Em ato pela redução dos juros, na terça-feira (19), na Avenida Paulista, Sérgio Nobre, Secretário-Geral da CUT, apontou que o aumento da Taxa Selic é péssimo para o investimento na produção e ótimo para especuladores e rentistas.

Nobre avalia que o Brasil vive um momento em que o emprego e não a chantagem dos bancos deve ser prioridade. “;Quanto maior forem os juros, mais se inibirá o investimento. Num momento em que precisamos gerar empregos, chega a ser perversa a transferência de recursos da produção para os bancos. E assistimos a símbolos da industrialização quebrando no Brasil”;, lamenta o dirigente.

A manifestação organizada na capital paulista ocorre no primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que irá discutir ajustes da taxa básica de juros, a Selic.

Durante o ato, que contou com lideranças de todas as demais centrais sindicais do país, o dirigente lembrou que a classe trabalhadora organiza uma ampla plenária para o dia 26 de julho, próxima terça-feira, no bairro da Liberdade, na capital paulista, para pensar sobre paralisação nacional contra as atuais medidas recessivas e apresentar calendário de mobilização.

Na ocasião, as centrais sindicais lançarão um documento que abordará problemas e apresentará propostas para a temas como reforma da Previdência, crescimento econômico e alternativas a ações do empresariado que querem flexibilizar direitos da CLT.

Presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo ressaltou que essa política de juros altos só interessa aos especuladores. “;A política de retrocesso é colocada no ombro dos trabalhadores por este governo golpista do interino Michel Temer, o mesmo que pretende liberar a terceirização na atividade-fim, promover reformas na Previdência e prevalecer o negociado sobre o legislado”;, disse.

Direitos afetados

Apenas no ano passado, o gasto com juros ficou em torno de 8% do PIB, alertou a presidenta do Sindicato dos Bancários  de São Paulo, Osasco e Região e Diretora Executiva da CUT, Juvandia Moreira. “;Esse é valor tirado da saúde, da educação, de investimentos para gerar emprego e de programas como o Bolsa Família para dar aos banqueiros. E sabemos como eles agem, já que em toda campanha salarial da categoria é um sufoco para conseguirmos um aumento decente”;, afirma.

Secretária de Juventude da CUT São Paulo, Cibele Vieira, avalia que o aumento da taxa de juros em momento nenhum é saudável para a sociedade e para a classe trabalhadora. “;É um sistema que ataca consumidores, investimento, estrangula a indústria e vai paralisando a economia, o que afeta também o acesso aos direitos como um todo”;, garantiu.

Fonte: Contraf-CUT

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