Bancária tem alergia à água; doença deixou de ser rara

Em Alagoas, onde o clima é quente, nada melhor do que tomar uma ducha, um bom banho de piscina ou se refrescar na praia para aliviar o calor. Concorda? Pois bem, mas há pessoas que ficam receosas somente em pensar nestas situações. Parece impossível de acreditar que alguns seres humanos tenham alergia à água, não é? Antes tida como rara, é cada vez mais comum nos consultórios médicos os relatos e os diagnósticos comprovados de urticária aquagênica.

A reação causa espanto nos pacientes, que nem sempre conseguem lidar com tranquilidade, afinal de contas como se pode conceber que uma pessoa tenha sintomas imunológicos durante ou imediatamente após um simples banho? E vai deixar a higiene pessoal de lado por isso? Como conviver com uma alergia tão cruel e ter qualidade de vida apesar do transtorno? E a vida social em ambientes de lazer, como fica?

Sem diagnóstico

A jornalista e bancária Jessyca Oliveira, de 26 anos, tem o problema, apesar de não ter a comprovação por meio de exames. Há seis anos, após uma cirurgia, ela percebeu que passou a ter sensibilidade à água. Todas as vezes que tomava banho, manchas redondas e avermelhadas surgiam na pele. As reações persistem até hoje e, geralmente, somem cerca de meia hora depois.

“;Penso que devo ter tido algum tipo de reação à anestesia. O efeito persistiu e gerou a alergia”;, acredita. Jessyca passou este tempo todo sem informar o problema a um especialista e fez o autodiagnóstico após pesquisas na internet. E relata que, agora, convive com o sintoma mais naturalmente, sem abusos.Também não gosta de lazer na praia e piscina, o que já evita de as manchas avermelhadas surgirem.

Urticária aquagênica

alergologista Flávia Valença explica que a alergia à água, na verdade, é chamada de urticária aquagênica. Pesquisa recente divulgada no site argentino Clarín estima que uma a cada 230 milhões de pessoas no mundo tem a doença, desencadeada, entre outros fatores, por interferência de fatores externos no corpo humano, a exemplo do calor, frio, temperatura da água, entre outros.

De acordo com a especialista, o problema é cada vez mais frequente nos consultórios. Os pacientes chegam com muitas dúvidas nas consultas, prevendo que sofrem de algo mais grave e acabam recebendo a notícia de que têm um tipo de alergia que se manifesta, unicamente, na pele. A médica garante que as reações se limitam à urticária e somem entre meia-hora e uma hora após o contato com a água.

Causas e tratamento

Flávia Valença explica que o organismo do paciente com urticária aquagênica desenvolvem a inflamação, geralmente, entre cinco e dez minutos após o contato com a água. E reforça que pouco tempo depois a lesão desaparece. As causas são desconhecidas, mas fatores genéticos, como predisposição ao problema, podem motivar o surgimento da doença. A incidência maior, segundo a médica, acontecem em indivíduos adultos, mas há registros de casos também em crianças.

“;É importante o diagnóstico para que o paciente tenha segurança e tranquilidade para lidar com o problema e que as lesões passam rapidamente.É somente ter um pouco de paciência. Antes de saber do que se trata, a pessoa atribui as reações a inúmeros problemas. Na conversa, nos exames e nas orientações podemos adotar o tratamento correto para cada caso”;, esclarece. Segundo a especialista, o uso de antialérgicos (anti-histamínicos) é recomendado, mas não em todas as situações.

Fonte: Gazetaweb 

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