Bancos lucraram 18,5% mais no quarto trimestre, prevê corretora

O ano passado foi de novo muito bom para a maioria dos sete bancos de capital aberto acompanhados pela BB BI, a corretora do banco de investimentos do Banco do Brasil (BB). Segundo relatório divulgado ontem pelo analista Carlos Daltozo, a soma dos lucros de Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banrisul, ABC Brasil, Daycoval e Pine deve atingir R$ 11,25 bilhões no último trimestre do ano. Em relação ao trimestre anterior, o valor representa uma virtual estabilidade. Mas, em relação ao mesmo trimestre de 2013, a alta média chega a 18,5%.

O maior percentual de alta em 12 meses é do Bradesco, que deve apresentar no próximo dia 29 um resultado de R$ 3,88 bilhões, segundo estima o BB BI - o que significa um aumento de 26% em relação ao último trimestre de 2013. Mas o maior lucro entre os sete, em termos absolutos, continua com o Itaú: R$ 5,38 bilhões. A BB BI não analisa, prevê nem comenta o resultado do próprio BB - nem o da Caixa, que não tem ações.

Para o analista, o crescimento sustentável do Bradesco veio ancorado no avanço da receita de serviços e no controle rigoroso de custos. A carteira de crédito continuará apresentando crescimento de um dígito (7,6% ao ano), com manutenção da qualidade.

O lucro do Itaú será impulsionado pelo efeito não recorrente da operação de seguros de grandes riscos, no valor de R$ 1,1 bilhão antes de impostos. O lucro contábil deverá permanecer estável, com retração de 0,5% no trimestre, mas a rentabilidade permanecerá em saudáveis 23,7%.

Daltozo acredita que este ano será mais difícil e que os bancos vão fazer previsões mais conservadoras. "Após alguns anos de frustração e de expectativa otimista com relação ao desempenho da economia, acreditamos que os bancos serão mais realistas na divulgação de suas perspectivas para 2015. Estimativas de crescimento de um dígito para as carteiras de crédito poderão até trazer uma pressão adicional, em um primeiro momento, para as ações das instituições financeiras. Por outro lado, acreditamos que os bancos privados estão preparados para esta nova realidade, buscando diversificar suas fontes de receita e melhorando sua eficiência operacional", diz o relatório.

Brasil Econômico

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