Insuficiente, proposta dos bancos não inclui emprego e fim de metas abusivas

O Comando Nacional dos Bancários considera insuficientes as propostas para as reivindicações não econômicas da categoria, apresentadas pela Fenaban ontem 17, em São Paulo, na sexta rodada de negociações da Campanha 2014. Nesta sexta-feira 19, os bancos apresentam propostas para as demandas econômicas da pauta, o que inclui índice de reajuste e PLR.

 "Embora contenha alguns pontos positivos, as propostas estão muito aquém das expectativas dos bancários, porque desprezam algumas das mais importantes reivindicações, como garantias de preservação do emprego e medidas para melhorar as condições de trabalho, a segurança e a igualdade de oportunidades", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional. "Não há como fechar um acordo sem solução para os problemas da categoria, principalmente as metas abusivas e a rotatividade."

As propostas dos bancos

 A redação das propostas será entregue nesta sexta-feira, junto com as cláusulas econômicas. Mas os conteúdos têm o seguinte teor:

 > Certificação CPA 10 e CPA 20 - Quando exigido pelos bancos, os trabalhadores terão reembolso do custo da prova em caso de aprovação.

 > Adiantamento de 13º salário para os afastados. Quando o bancário estiver recebendo complementação salarial, terá também direito ao adiantamento do 13º salário, a exemplo dos demais empregados.

 > Reabilitação profissional - Cada banco fará a discussão sobre o programa de retorno ao trabalho com o movimento sindical.

 > Monitoramento de resultados - Terá redação mais abrangente. Além do SMS, a cobrança de resultados passará a ser proibida também por qualquer outro tipo de aparelho ou plataforma digital.

 > Gestantes - As bancárias demitidas que comprovarem estar grávidas no período do aviso prévio serão readmitidas automaticamente.

 > Casais homoafetivos - Os bancos irão divulgar a cláusula de extensão dos direitos aos casais homoafetivos, informando que a opção deve ser feita diretamente com a área de RH de cada banco, e não mais com o gestor imediato, para evitar constrangimentos e discriminações.

 > Novas tecnologias - Realização de seminários periódicos para discutir sobre tendências de novas tecnologias.

 > Segurança bancária - Realização de mais dois projetos-piloto de segurança em cidades diferentes, uma a ser escolhida pelo Comando Nacional e outra pela Fenaban, nos mesmos moldes da experiência desenvolvida em Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes.

As reivindicações ignoradas pelos bancos

 O Comando Nacional condenou na mesa de negociação a ausência de propostas para várias reivindicações discutidas com os bancos, tais como:

 > Fim das metas abusivas - "Não há como fechar um acordo sem solução para o problema das metas abusivas", reitera Carlos Cordeiro.

 > Emprego - O Comando insistiu na necessidade de mais contratações, na adoção de medidas para preservar o emprego, como a proibição de demissões imotivadas (Convenção 158 da OIT),e o fim da rotatividade e das terceirizações.

 > Segurança - Os bancários querem estender a todo o país as medidas de segurança testadas e aprovadas no projeto-piloto de Recife, Olinda e Jaboatão. Para o Comando, a proposta de criar novos projetos-pilotos só deve ser implementada com mais medidas de segurança, buscando testar outros equipamentos. "Queremos continuar salvando vidas", disse o presidente da Contraf-CUT.

 > Igualdade - O Comando refirmou a necessidade de instituir mecanismos para acabar com a diferença salarial entre homens e mulheres, como demonstrou o II Censo da Diversidade. Uma dessas medidas deve ser a implementação de PCS em todos os bancos. Mas a Fenaban diz que PCS é um problema de cada banco e se recusa a incluir o tema na Convenção Coletiva.

 > PCMSO - Instituir avaliação da qualidade dos exames médicos de retorno, de mudança de função e periódico. Os bancos disseram que o assunto deve ser debatido na mesa temática sobre saúde do trabalhador.

 > Ampliação da cesta-alimentação para afastados.

 > Fim da revalidação de atestados médicos. A Fenaban alega que pode ser feito pelos médicos do trabalho de cada banco e que não tem acordo.

 > Pausas e revezamentos no auto-atendimento. Após pressão do Comando, os bancos ficaram de rediscutir a concessão de rodízio para quem trabalha no auto-atendimento.

Calendário

 18 - Segunda rodada de negociação específica com o Banrisul

 18 - Terceira negociação específica com o Banpará

 19 - Sétima rodada de negociação com a Fenaban

 22 - Terceira rodada de negociação específica com Santander (a confirmar)

 24 - Quarta rodada de negociação específica com o Banco da Amazônia

 24 e 25 - Terceira rodada de negociação específica com o Banrisul

 26 - Quinta rodada de negociação com o Banco do Brasil

 1º e 2 - Quarta rodada de negociação específica com o Banrisul

Fonte: Contraf-CUT

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