Nos primeiros cinco meses do ano, mais de 1.700 mulheres foram vítimas de crimes em Alagoas

Os dados foram divulgados pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) 

Os números impressionam. Nos primeiros cinco meses do ano mais 1.700 mulheres foram vítimas de crimes no estado. É o que mostra o relatório da  Seds. 

A estatística revela, também, que 34 mulheres foram assassinadas por arma de fogo e 10 por arma branca, o que perfaz um total de 1.739 vítimas.Conforme o relatório estatístico de crimes contra a mulher, 1.426 mulheres foram vítimas de lesão corporal, o que representa 84,13%; 267 de conjunção carnal, representando 15,75%; e dois por ato libidinoso, com 0,12%. Os números apontam um total de 1.695 mulheres vítimas de violência.

A Defesa Social também registra o número de exames feitos no Instituto Médico Legal (IML) e que são procedentes das Delegacias da Mulher da capital e interior. Ao todo, foram 393 (8,45%) procedimentos de lesão corporal e 14 (4,78%) de conjunção carnal; com relação a ato libidinoso, nenhum exame foi realizado. Os números totalizam 407 procedimentos originários das distritais, representando 8,18%.

O relatório também contabiliza a morte de 159 mulheres, ocasionada por vários motivos; destes, 10 por arma branca e 34 por arma de fogo. Os demais casos compreendem acidentes de trânsito - bem como outros tipos de acidente -, afogamento, choque elétrico, enforcamento, envenenamento, estado de putrefação, morte clínica, queda, queimadura, além de vários tipos de morte e casos sem informação. Os dados são de 1º de janeiro a 31 de maio deste ano.

Justiça

Por telefone, o juiz que responde pelo Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Capital, Paulo Zacarias da Silva, citou que 7.352 processos estão em tramitação desde 2008, cujos inquéritos são oriundos das duas delegacias da capital. De acordo com o magistrado, metade deles é relativa a ações penais e a outra parte a medidas protetivas, determinadas por meio de liminares voltadas a ações de guarda de filhos, alimentação, regulamentação de visitas, distância do cidadão e outros.

"Infelizmente, contamos com esse montante porque dependemos de laudos ou quando as mulheres se mudam. O ideal, também, seria a construção de outro juizado. Já sobre o aumento do número de processos, a única alternativa para coibir a criminalidade é a divulgação na imprensa e conscientização às vítimas, que, hoje em dia, estão mais encorajadas", explicou o juiz.

Entre os dias 7 e 8 de agosto, o magistrado estará à frente do seminário "Enfrentando a Violência de gênero - reflexões, desafios e experiências nos 8 anos da Lei Maria da Penha", que vai ocorrer na Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal), no Farol.

Além de comemorar o aniversário da lei, será uma oportunidade para aperfeiçoamento dos operadores do direito e demais profissionais envolvidos, explica Paulo Zacarias. "A Lei é ótima na teoria, mas queremos que seja também na prática", ressaltou. As inscrições, que serão gratuitas, ocorrerão a partir da segunda quinzena de julho, em data a ser divulgada no site do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL).

 

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